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No Rio, festival comemora orgulho lésbico em evento repleto de atividades e manifestações de apoio.

No próximo sábado (19), as principais festas lésbicas do Rio de Janeiro estarão reunidas no centro da cidade para celebrar o Dia do Orgulho Lésbico. O Festival do Orgulho L, que terá entrada gratuita, reunirá o Bailão das Sapatão, Sáfica (Fancha), Sapagode, Tersapata e Manas. O evento terá início às 18h com uma roda de conversa intitulada “Amor em tempos de luta”, que contará com a presença das editoras da Revista Brejeiras, uma publicação feita por e para lésbicas.

A fundadora e editora da Revista Brejeiras, Camila Marins, uma das organizadoras do evento, ressalta a importância da visibilidade nas políticas públicas, no comprometimento do orçamento e na implementação de ações. Segundo ela, o festival tem como objetivo reforçar as demandas da comunidade lésbica.

O Dia do Orgulho Lésbico é celebrado em 19 de agosto e relembra o Levante do Ferro’s Bar, ocorrido em 1983. Esse evento ficou conhecido como o “Stonewall brasileiro”. As lésbicas organizadas no Grupo de Ação Lésbica Feminista distribuíam o jornal “chachacomchana” no bar, mas foram impedidas de fazê-lo. Lideradas por Rosely Roth, as lésbicas invadiram o Ferro’s Bar para denunciar a censura, a perseguição e a violência policial contra lésbicas, contando com o apoio de organizações de direitos humanos, do movimento negro e feminista.

Marins destaca a importância da comunicação popular como instrumento de disputa de ideias e de construção de um mundo melhor. Ela ressalta que, atualmente, as lésbicas estão lutando contra a violência do Estado, a militarização, o discurso de ódio, a desinformação e a narrativa única.

Uma das reivindicações do grupo é a aprovação do projeto de lei Luana Barbosa de enfrentamento ao lesbocídio no Rio de Janeiro. Esse projeto busca tornar o dia 13 de abril o Dia Estadual de Enfrentamento ao Lesbocídio. Luana Barbosa foi brutalmente espancada e morta vítima da violência policial em 2016, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Marins enfatiza que é preciso políticas públicas que defendam a vida das mulheres lésbicas, especialmente das lésbicas negras, que sofrem violência e são mortas. Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), pelo menos 135 lésbicas foram mortas entre 1983 e 2013. O dossiê do GGB também revela que os casos de lesbocídio têm aumentado nos últimos anos.

Para participar do evento, é necessário obter um convite gratuito pela internet. O festival busca promover a visibilidade e fortalecer a comunidade lésbica, além de reforçar as demandas por políticas públicas que garantam a segurança e o respeito às mulheres lésbicas.

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