Movimento sugere que o Estado direcione seu olhar para as mulheres, em busca de equidade e justiça.

Segundo Claudia, durante a temporada de verão, muitas pessoas sem moradia descem para o litoral e acabam passando férias em situação de rua. No entanto, ela ressalta que esses indivíduos são muito julgados pela sociedade, especialmente na Baixada Santista, que possui um viés mais conservador e um pensamento higienista. A falta de políticas públicas também é uma dificuldade enfrentada nessa região.
A assistente social destaca que a sociedade muitas vezes culpa os indivíduos em situação de rua pela sua condição, quando na verdade é uma questão social, resultado das desigualdades sociais. Ela enfatiza a importância de apoiar essa população ao invés de julgá-la.
Um exemplo de superação é a história de Laura Dias, uma mulher que passou por problemas com o uso de drogas por 20 anos e ficou sem um teto. Apesar disso, ela se tornou uma liderança no movimento da população em situação de rua. Laura relata que, durante sua gravidez, teve medo de procurar atendimento de saúde por medo de ter seu filho tirado dela. Ela destaca a falta de apoio às mulheres em situação de rua nesse aspecto.
A realidade da população em situação de rua na cidade de São Paulo também é preocupante. Segundo o censo de 2021 da prefeitura municipal, a capital conta com cerca de 31.884 pessoas nessas condições. A região cracolândia, preferida por parte dessa população de rua que prefere chamá-la de Nova Luz, é um ponto crítico que demanda políticas públicas integradas e eficazes para redução de danos. O encaminhamento a comunidades terapêuticas tem sido alvo de críticas por parte dos movimentos sociais, que questionam a efetividade dessas medidas.
A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Seds) informa que tem buscado soluções para essas questões. Este ano, cerca de 1,3 mil usuários receberam atendimento no Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, além de terem sido acolhidos em comunidades e casas terapêuticas. A pasta também inaugurou o Espaço Prevenir, um serviço voltado para as famílias de dependentes químicos e para aqueles que estão em fase final de tratamento, visando prevenir recaídas e fortalecer os vínculos familiares.
Assim, a realidade da população em situação de rua no estado de São Paulo é complexa e varia de acordo com cada região. É necessário o envolvimento da sociedade e a implementação de políticas públicas efetivas para apoiar e garantir direitos a essa população vulnerável.