
O estudo revelou que a ideação suicida, que é quando alguém pensa em tirar a própria vida, varia entre 10% e 35%, enquanto as tentativas de suicídio ficam entre 5% e 15% da população pesquisada. Considerando que há cerca de 1 bilhão de jovens entre 15 e 25 anos em todo o mundo, isso significa que uma em cada cinco pessoas é jovem. Essa ideação é um sinal de vulnerabilidade, indicando que a pessoa precisa de ajuda, embora nem sempre saiba como pedir.
As causas desse fenômeno são multifatoriais e incluem violência familiar, abuso sexual, abandono, desemprego e consumo de substâncias psicoativas. A falta de emprego, por exemplo, aumenta significativamente a vulnerabilidade dos jovens. Um estudo realizado em Massachusetts, nos Estados Unidos, revelou que um em cada dez estudantes considerou seriamente o suicídio. Além disso, a depressão e o consumo de álcool e drogas também aumentam o risco.
A pesquisa também apontou que a ideação e a tentativa de suicídio são mais frequentes entre as mulheres, sendo que o abuso sexual é um agravante a ser considerado. Por outro lado, a consumação do ato suicida é mais comum entre os homens. Diante dessas informações, não há uma solução simples para o problema, mas existem saídas e uma delas é falar sobre o assunto.
O mês de setembro é marcado pela campanha do Setembro Amarelo, uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina para a prevenção do suicídio. As redes sociais desempenham um papel importante nessa campanha, oferecendo informações, possibilidade de escuta e redes de apoio social. É fundamental que a família esteja atenta aos sinais de profundo sofrimento manifestados nas redes sociais e que possa agir prontamente, buscando ajuda especializada.
No entanto, é preciso ter cuidado ao tratar esse assunto nas redes sociais. É importante lembrar que a internet, apesar de trazer benefícios, também pode ser prejudicial. A exposição excessiva de emoções e problemas pessoais na internet pode expor a pessoa a opiniões negativas, preconceitos e até mesmo discurso de ódio. Portanto, o ideal é buscar ajuda de pessoas de confiança ou profissionais de saúde.
É fundamental que a mídia assuma sua responsabilidade de prevenir o suicídio, transmitindo informações de qualidade e conscientizando a sociedade sobre a importância de ajudar pessoas que estão passando por momentos difíceis. No entanto, é preciso reconhecer que nunca será possível compreender completamente a dor que o outro está sentindo, pois cada pessoa vive suas experiências de maneira única. O importante é se colocar à disposição para ajudar e buscar maneiras de criar uma sociedade que promova o bem-estar e a felicidade das pessoas.
Em resumo, o suicídio entre os jovens é um problema preocupante e complexo, que demanda ações efetivas de prevenção. A campanha do Setembro Amarelo tem desempenhado um papel importante ao trazer essa discussão para o centro das atenções. No entanto, é necessário cuidado ao abordar o assunto nas redes sociais, buscando oferecer apoio e informação de qualidade, mas evitando exposição excessiva e possíveis repercussões negativas. A sociedade como um todo precisa se perguntar como criar um mundo de maior bem-estar, onde as pessoas se sintam acolhidas e apoiadas. A prevenção do suicídio é uma responsabilidade de todos nós.