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Sociedade de Infectologia solicita maior vigilância em relação ao vírus SARS-CoV-2.

A Sociedade Brasileira de Infectologia emitiu uma nota informativa nesta quinta-feira (17) avaliando a situação da nova variante de interesse (EG.5) monitorada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil. De acordo com a entidade, até o momento não houve modificações no cenário epidemiológico do país, mas é importante reforçar a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19.

A vigilância genômica consiste no sequenciamento genético das amostras positivas do coronavírus SARS-CoV-2 coletadas nos testes RT-PCR. Essa análise possibilita detectar quais variantes estão circulando no país e identificar possíveis mudanças nesse cenário.

O presidente da SBI, o infectologista Alberto Chebabo, ressalta que a nova variante ainda não foi detectada no Brasil, mas pode estar circulando silenciosamente devido à baixa proporção de amostras coletadas para análise genômica. No entanto, mesmo diante dessa situação, não houve alterações no número de casos notificados de covid-19 nem aumento de casos graves no país, o que mantém as recomendações vigentes.

Essa nota informativa foi divulgada um dia após a Universidade Federal do Rio de Janeiro recomendar o uso de máscaras em aglomerações e ambientes fechados na instituição como medida de prevenção contra a covid-19. Segundo a universidade, foi observado um aumento moderado e progressivo nos testes positivos de covid-19 realizados em seu centro de testagem. Além disso, a OMS apontou um aumento de 80% nos novos casos de covid-19 em todo o mundo entre 10 de julho e 6 de agosto, principalmente no Leste da Ásia e Oceania.

No entanto, o secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, afirma que não há nenhuma alteração significativa no cenário epidemiológico que justifique o uso indiscriminado de máscaras. Ele ressalta a importância da vacinação, principalmente da dose de reforço com a vacina bivalente, para todos os maiores de 12 anos.

A nova subvariante Ômicron, identificada como EG.5, já foi confirmada em 51 países. Essa variante apresenta maior capacidade de transmissão e escape imune, o que pode levar a um aumento de casos globalmente até se tornar a cepa dominante. No entanto, a OMS classifica a EG.5 como uma variante de interesse, de baixo risco para a saúde pública em nível global, uma vez que não alterou o padrão de gravidade da doença.

Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Infectologia destaca a importância de manter o calendário vacinal atualizado com as doses de reforço, principalmente para os grupos de risco. Além disso, é indicado o uso de máscaras em locais fechados e com aglomeração, caso haja aumento de casos de síndrome gripal e circulação viral no Brasil.

A SBI também recomenda a testagem de casos de síndrome gripal e o isolamento dos casos positivos como forma de reduzir a transmissão da covid-19. Quanto ao tratamento, sugere o uso dos antivirais Nirmatrelvir/ritonavir (NMV/r) nos primeiros cinco dias de sintomas, principalmente para pacientes com 65 anos ou mais e imunossuprimidos.

Em casos onde não seja possível o uso desses antivirais, a recomendação é considerar alternativas como o Molnupiravir ou Rendesevir nos primeiros dias de sintomas, especialmente para os pacientes com maior risco de hospitalização. No entanto, é importante ressaltar que a utilização desses medicamentos deve ser feita mediante avaliação médica para evitar possíveis interações e contraindicações.

Em resumo, a Sociedade Brasileira de Infectologia informa que, até o momento, a nova variante EG.5 não impactou o cenário epidemiológico do Brasil. No entanto, é fundamental reforçar a vigilância genômica, manter o calendário vacinal atualizado, usar máscaras em locais fechados e com aglomeração, realizar a testagem dos casos de síndrome gripal e seguir as orientações médicas para o tratamento adequado dos pacientes diagnosticados com covid-19.

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