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O IBGE apresenta proposta de reclassificação dos espaços territoriais no novo censo. Medida visa aprimorar análise e gestão dos dados.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (16) um estudo experimental que propõe uma nova forma de classificar os espaços do território nacional. Com base nos dados do Censo Demográfico de 2010 e de outras fontes, a pesquisa redefiniu as categorias urbano e rural e introduziu a natureza como uma terceira categoria.

Segundo o IBGE, esse estudo tem caráter exploratório e tem o objetivo de levantar discussões acadêmicas e institucionais sobre as características que definem os espaços rurais, urbanos e da natureza. Uma investigação adicional será realizada com base nos dados do Censo 2022, cujos resultados começaram a ser divulgados no final de junho.

A classificação dos diferentes espaços do território nacional fornece uma base para o planejamento territorial no Brasil, bem como para a elaboração de políticas públicas e privadas. Além disso, serve como uma orientação conceitual para o desenvolvimento de pesquisas.

De acordo com a proposta do IBGE, as categorias foram subdivididas em 16 tipos, sendo quatro tipicamente urbanas, quatro rurais e quatro naturais. Outras quatro representam áreas de transição que podem mesclar características de duas ou das três categorias.

Maria Monica O’Neill, geógrafa e gerente de Regionalização e Topologias do Território do IBGE, explicou que a proposta não tem a intenção de substituir a classificação atual, mas sim complementá-la. Ela destacou que a classificação rural e urbana pode ser vista de diferentes maneiras, dependendo da escala geográfica.

O estudo também busca resolver a dicotomia entre rural e urbano, que tem sido tema de debate entre os geógrafos. Atualmente, as áreas naturais podem ser classificadas de diferentes maneiras, sendo algumas incorporadas como espaços rurais e outras como áreas verdes urbanas de baixa densidade.

O estudo sugere uma abordagem em nível municipal, utilizando uma classificação por área de ponderação, que é um recorte territorial menor do que o município. Essa proposta permite identificar as áreas urbanas principais das grandes e médias concentrações urbanas, que representam apenas 0,4% do território nacional.

Com base na nova classificação, a equipe do IBGE também analisou as mudanças territoriais. Foram identificados avanços da fronteira agrícola em Rondônia, Tocantins e no sudeste do Pará, enquanto as áreas naturais no Centro-Oeste perdem espaço para as áreas de produção agropecuária. No Nordeste e no norte de Minas Gerais, foram identificadas áreas de transição com características urbanas, rurais e naturais.

Essa proposta do IBGE traz uma nova perspectiva para a compreensão dos espaços do território nacional, levando em consideração as dinâmicas operadas e incorporando novos dados e metodologias. A expectativa é que esse estudo experimental contribua para aprimorar as classificações e subsidiar o planejamento territorial no Brasil.

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