Depoimento de hacker na CPMI é considerado bombástico, segundo relatora.

Eliziane Gama afirmou que as informações trazidas pelo hacker são sobre o ponto central da CPMI, que é questionar o processo eleitoral e investigar a segurança eleitoral. Diante disso, a senadora adiantou que irá pedir a quebra do sigilo telemático das pessoas que participaram das reuniões mencionadas por Delgatti.
O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos parlamentares que solicitou a oitiva do hacker, considerou o depoimento “gravíssimo”. Segundo Correia, o ex-presidente teria cometido crimes ao solicitar ao hacker a invasão das urnas e a criação de propaganda eleitoral falsa. O deputado ainda ressaltou que esses atos seriam uma tentativa de anular o processo eleitoral.
Durante seu depoimento, Walter Delgatti afirmou que teve acesso à oitiva do motorista e outras pessoas na Polícia Federal, e que todas confirmaram o encontro no posto e as informações que ele havia relatado à CPMI.
Diante das revelações feitas por Delgatti, o deputado Duarte Jr. (PSB-MA), também autor do pedido para o depoimento, defende a convocação do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira para esclarecer os fatos e acusações. Duarte também sugere uma acareação entre as partes envolvidas.
Vários deputados da oposição se manifestaram após o depoimento, expressando indignação com as revelações feitas por Delgatti. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que o depoimento deixou claro quem seria o mandante do golpe no país, envolvendo inclusive o Ministério da Defesa e o comandante do Exército. Segundo Feghali, isso evidencia a existência de uma quadrilha no Palácio do Planalto, assessorada pela deputada Carla Zambelli (PL-SP).
O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) considerou o dia do depoimento como um marco histórico para a CPMI, pois apontou o envolvimento claro do ex-presidente Bolsonaro nos fatos investigados pela comissão.
Em relação à credibilidade do depoente, o senador Sérgio Moro (União-PA) chamou a atenção para a ficha criminal extensa de Delgatti, envolvendo ações por estelionato. Moro ressaltou que a palavra de um criminoso não pode ser considerada verdade absoluta. Por sua vez, Delgatti afirmou que foi vítima de perseguição judicial, assim como o ex-presidente Lula.
Diante das revelações e da possível ameaça à vida de Delgatti, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) adiantou que irá pedir as imagens das câmeras da reunião entre o hacker e o ex-presidente para expor todos os envolvidos. Além disso, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) pedirá proteção à vida de Delgatti Neto ao Ministério da Justiça.
Durante a reunião, outros parlamentares da oposição solicitaram o adiamento da inscrição para questionar o depoente. A reunião foi suspensa para o almoço e será retomada em seguida.
Em resumo, o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto trouxe informações impactantes à CPMI do 8 de Janeiro. As revelações envolvem o ex-presidente Bolsonaro, o Ministério da Defesa e outros membros do governo, levantando questionamentos sobre a segurança do processo eleitoral e as ações do governo passado.