Destaque

Após aumento nos preços, argentinos enfrentam dificuldades na busca por produtos básicos na prateleiras dos mercados.

Após as eleições primárias na Argentina, que ocorreram no último domingo, muitos setores da economia do país têm enfrentado uma incerteza em relação aos preços. A desvalorização do peso e a instabilidade política têm causado impactos diretos nos valores dos produtos, gerando desconforto tanto para os consumidores quanto para os comerciantes.

Rubén Carballo, dono de uma oficina em Buenos Aires, recusou a venda de 60 pneus na última segunda-feira. Diante da indefinição dos preços após as eleições, Carballo preferiu não vender os pneus, apesar da frustração dos clientes. Segundo ele, a fábrica não tinha uma lista de preços devido à incerteza em relação à cotação do peso.

Outros estabelecimentos também têm enfrentado problemas semelhantes. Uma loja de peças de reposição de eletrodomésticos na capital argentina teve que aumentar imediatamente os preços de todos os produtos após ser informada sobre os reajustes feitos pelos fornecedores. Um copo de liquidificador, por exemplo, passou de 11 mil para 14 mil pesos.

A inflação, que já corroía o poder aquisitivo dos argentinos, agora se intensificou com a desvalorização do peso e a incerteza pós-eleitoral. Os preços têm disparado de forma descontrolada, preocupando tanto os consumidores quanto os comerciantes. Muitos estabelecimentos têm sido afetados pela falta de produtos, o que leva ao aumento dos preços quando há escassez no abastecimento.

A situação é tão grave que vários fornecedores anunciaram que não venderiam matéria-prima nesta semana enquanto não tiverem um valor estipulado para os produtos. Lojas e açougues chegaram a fechar por não conseguir estabelecer preços fixos. O cenário de incerteza econômica já é comparado à crise de hiperinflação vivida pela Argentina em 2001.

Em diversos setores, como padarias e açougues, os comerciantes têm enfrentado dificuldades para conseguir produtos básicos. Um açougue na capital argentina teve um salto de 18% nos preços da carne e um novo aumento de 38% no último dia. O governo anunciou negociações com frigoríficos para tentar conter os preços, mas muitos especialistas acreditam que a solução seja uma redução na quantidade consumida pelos argentinos, em vez de uma diminuição na qualidade dos produtos.

Diante desse cenário de incerteza e desvalorização da moeda, os argentinos estão preocupados com o impacto disso em seu poder aquisitivo e no abastecimento dos produtos básicos. Resta agora aguardar para ver quais serão as próximas medidas adotadas pelo governo e como isso irá afetar a economia do país nos próximos meses.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo