Menos de 24h após assalto a porteiro, jovem é vítima de roubo no mesmo local da cracolândia.

Uma jovem de 18 anos foi vítima de roubo na noite desta quarta-feira (16) no largo General Osório, na cracolândia, centro de São Paulo, no mesmo local onde um homem havia sido assaltado 24 horas antes. A situação foi presenciada pela equipe da Folha, que estava na rua dos Gusmões acompanhando a movimentação do fluxo.

Por volta das 20h, a equipe avistou uma mulher correndo desesperadamente até o comando geral da GCM (Guarda Civil Metropolitana), localizado na avenida General Couto de Magalhães, a cerca de cem metros do local do roubo. A mulher solicitou ajuda aos policiais militares, que foram até a portaria do prédio onde a vítima mora. A reportagem pôde testemunhar o estado de choque da jovem, que estava chorando muito e precisou do auxílio dos vizinhos.

A mãe da jovem assaltada, uma enfermeira de 34 anos, foi quem acionou os PMs. Ela preferiu não se identificar e explicou que ficou presa no elevador, atrasando-se para buscar a filha no ponto de ônibus, após o expediente de trabalho.

Segundo a vítima, um homem a ameaçou com uma faca, colocando a mão em sua barriga e levando seu celular. Os policiais orientaram a mulher a registrar um boletim de ocorrência e bloquear o código de identificação do aparelho.

No dia anterior, o porteiro João da Silva Sousa, de 54 anos, foi assassinado com uma facada no tórax ao passar pelo largo General Osório. Testemunhas relataram que o agressor, que aparentava ser morador de rua e usuário de drogas, tentou roubar a mochila da vítima. Quando Sousa resistiu, acabou sendo golpeado. A arma utilizada pelo criminoso ainda não foi encontrada.

Na noite desta quarta-feira, os usuários de drogas estão concentrados na rua dos Gusmões no cruzamento com a rua do Triunfo. Equipes da GCM estão acompanhando o grupo de longe, enquanto aguardam a chegada da Polícia Militar para redirecionar o fluxo de volta para a rua dos Gusmões com a avenida Rio Branco.

A indefinição sobre um local fixo para a cracolândia tem aumentado a tensão na região da Santa Ifigênia, no centro de São Paulo. A cada migração do fluxo, a situação se torna mais tensa. Na terça-feira, por volta das 19h, depois do fechamento das lojas do local, usuários de drogas invadiram a rua Santa Ifigênia e retornaram para a rua dos Gusmões, entre a avenida Rio Branco e a rua Santa Ifigênia. Três horas depois, guardas-civis desceram de um veículo e dispersaram os dependentes químicos com bombas e tiros de bala de borracha. Os usuários correram e se dispersaram pelas ruas de Santa Ifigênia e Campos Elíseos.

Na tarde desta quarta-feira, os usuários já estavam novamente na rua dos Protestantes. No entanto, no início da noite, eles começaram a se deslocar novamente pela rua dos Gusmões. A falta de definição de um local fixo para a cracolândia tem causado uma instabilidade na região, afetando os moradores e aumentando a tensão no centro de São Paulo.

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