Agência BrasilDestaque

A Marcha das Margaridas promete atrair mais de 100 mil mulheres à Brasília, em um evento de grande mobilização feminina.

No Brasil, a 7ª Marcha das Margaridas promete reunir mais de 100 mil mulheres de diversas áreas, tanto do campo quanto da cidade, além de representantes de 33 países, nos dias 15 e 16 de agosto, em Brasília. Esse evento, organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), federações e sindicatos filiados, juntamente com 16 organizações parceiras, ocorre a cada quatro anos e possui o lema “Pela Reconstrução do Brasil e pelo bem viver”.

As participantes da marcha abrangem diversas categorias, como trabalhadoras rurais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, sem-terra e extrativistas, além de mulheres da comunidade LGBTQIA+ e moradoras de centros urbanos. A Contag considera a marcha como a maior ação política de mulheres da América Latina.

Neste ano, as principais demandas reivindicadas pelas “margaridas” estão divididas em 13 eixos políticos que serão debatidos durante os dois dias do evento. Essas demandas incluem pautas como democracia participativa, poder e participação política das mulheres, vida livre de violência, autonomia das mulheres sobre seus corpos, proteção ambiental, garantia de direitos territoriais, segurança alimentar, inclusão produtiva e trabalho.

A coordenadora-geral da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, Mazé Morais, expressou sua expectativa para o evento, destacando a importância das autoridades anunciarem políticas públicas que tenham um impacto real na vida das mulheres em todo o Brasil.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressaltou que o governo está trabalhando em conjunto com outros ministérios para dar respostas às reivindicações das margaridas, desde o enfrentamento à violência contra as mulheres até a proteção dos biomas e justiça climática.

A Marcha das Margaridas recebe seu nome em homenagem a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Margarida foi assassinada em agosto de 1983, por sua atuação na luta pelos direitos da categoria. Esse caso chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, tornando-se um marco na denúncia das violações dos direitos fundamentais. Após quatro décadas, o crime ainda está sem solução e os mandantes não foram condenados.

A secretária Mazé Morais destaca a importância de manter viva a memória de Margarida Maria Alves, afirmando que ela é uma fonte de inspiração para o movimento. A marcha busca seguir em frente, lutando pelos direitos das trabalhadoras do campo e das mulheres em geral.

A 7ª Marcha das Margaridas se coloca como um espaço de reivindicação e luta por direitos, além de ser uma oportunidade de união entre mulheres brasileiras e de outros países, em busca de um mundo mais justo e igualitário.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo