
A grande escala de violência sexual documentada no Sudão é alarmante
A Missão de Direitos Humanos da ONU divulgou um relatório de 80 páginas que revela a chocante realidade da violência sexual no Sudão. Em declaração à imprensa, o presidente da missão, Mohamed Chande Othman, expressou sua preocupação com os resultados obtidos a partir de entrevistas com vítimas, familiares e testemunhas.
O relatório surge após investigações conduzidas pela Reuters e por grupos de direitos humanos que denunciaram o abuso sexual generalizado no contexto do conflito sudanês.
Questionada sobre as acusações, a Força de Apoio Rápido (RSF), uma milícia paramilitar em confronto com o Exército do Sudão, não se manifestou imediatamente. No entanto, a RSF havia se comprometido anteriormente em investigar as denúncias e levar os responsáveis à justiça.
A RSF, cujas origens remontam às milícias Janjaweed que ajudaram o exército a reprimir a rebelião em Darfur há duas décadas, tem sido acusada de cometer abusos no Sudão. Em Darfur Ocidental, por exemplo, a RSF é acusada de realizar assassinatos étnicos contra o povo Masalit com o apoio de milícias árabes.
A Missão da ONU destacou que os insultos racistas direcionados a grupos étnicos não árabes em Darfur Ocidental foram comuns durante os ataques sexuais, sugerindo uma clara motivação étnica por trás da violência.