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Países do Golfo se preparam para serem líderes em hidrogênio verde diante da queda dos preços do petróleo.

Os Emirados Árabes Unidos, sede da única usina nuclear do mundo árabe, foram escolhidos como o local para a conferência climática da ONU COP28, que acontecerá no final de novembro deste ano. Além disso, o país aprovou uma estratégia de hidrogênio em julho, com o objetivo de se tornar um dos dez maiores produtores mundiais até 2031.

A gerente da gigante petrolífera ADNOC, Hanan Balalaa, destacou a importância do hidrogênio como um combustível essencial para a transição energética. Ela afirmou que os Emirados estão bem posicionados para aproveitar essa oportunidade.

Enquanto os Emirados Árabes Unidos buscam se tornar um grande produtor de hidrogênio, Omã, que está muito atrás de seus vizinhos em termos de combustíveis fósseis, caminha para se tornar o sexto maior exportador do mundo e o primeiro do Oriente Médio até o final desta década, de acordo com um relatório da International Energy Agency (IEA) publicado em junho.

O sultanato de Omã planeja produzir pelo menos um milhão de toneladas de hidrogênio verde por ano até 2030 e até 8,5 milhões de toneladas por ano até 2050, o que excederia a demanda total de hidrogênio na Europa atualmente, de acordo com a IEA. Os países do Golfo, com destaque para o Oriente Médio, estão se preparando para se tornarem líderes nesse mercado.

No entanto, o desenvolvimento do hidrogênio verde não tem impedido o crescimento das indústrias de hidrocarbonetos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Segundo especialistas, ainda levará anos até que os países do Golfo possam produzir hidrogênio verde de forma lucrativa. Aisha Al-Sarihi, do Instituto do Oriente Médio da Universidade de Cingapura, explicou que será necessário tempo para que a tecnologia e os custos do hidrogênio verde se tornem mais vantajosos.

O ex-ministro de Mudanças Climáticas dos Emirados, Abdullah Al-Nuaimi, ressaltou que as infraestruturas existentes para o transporte de hidrogênio não são adequadas e exigirão grandes investimentos. Superar os desafios do hidrogênio ainda levará tempo, segundo ele.

A região do Oriente Médio, incluindo o Norte da África e a Austrália, possui um grande potencial para a produção de hidrogênio verde. Embora até 2050 essas regiões tenham o maior potencial, os países do Golfo devem continuar liderando as exportações dessa nova fonte de energia.

A conferência climática da ONU COP28, sediada nos Emirados Árabes Unidos, pode ser um marco para o avanço global na transição para o uso do hidrogênio como um combustível limpo e sustentável. No entanto, é importante reconhecer que ainda há muitos desafios a serem superados antes que ele possa se tornar uma realidade comercial viável.

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