A primeira colônia judaica a ser estabelecida no Brasil surgiu como resposta a esses anseios. Financiada pela Jewish Colonisation Association (JCA), uma organização beneficente, 148 judeus de diferentes partes do Leste Europeu partiram em busca de uma nova vida. Depois de receberem um treinamento de um ano e meio, eles chegaram à Fazenda do Pinhal, no município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em outubro de 1904. Ali, eles fundaram a colônia Philippson, em homenagem a Franz Philippson, presidente da Compaigne Auxiliare de Chemins Du Fer au Brésil.
No entanto, a vida na colônia não foi fácil. Os colonos, principalmente acostumados ao comércio, tiveram que se adaptar à vida no campo. A falta de experiência agrícola e a qualidade das terras tornaram a tarefa ainda mais desafiadora. Além disso, a falta de recursos, a instabilidade política e as condições precárias de saneamento e acesso a serviços básicos complicaram a vida na colônia.
Com o tempo, muitos colonos acabaram abandonando a vida agrícola e se mudando para cidades próximas, como Santa Maria, Uruguaiana e Porto Alegre. A colônia Philippson foi encerrada em 1926. O relato da vida na colônia foi registrado por Frida Alexandr, uma das moradoras, no livro “Filipson: Memórias de Uma Menina na Primeira Colônia Judaica do Rio Grande do Sul”. O livro resgata as memórias de uma época difícil, em que os colonos enfrentaram muitos desafios, mas também celebra sua determinação em construir uma nova vida em um país distante.
A história da colônia Philippson pode ser vista como um exemplo do fluxo migratório de pessoas em busca de uma nova vida e das dificuldades encontradas no processo de integração em uma nova cultura e meio ambiente. Apesar das dificuldades enfrentadas pelos colonos, sua história é uma parte importante da história judaica no Brasil e um lembrete do quanto os imigrantes contribuíram para o desenvolvimento do país.
