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CEO da SulAmérica enfatiza que a rentabilidade é a principal preocupação da empresa, buscando maximizar resultados no mercado.

Para tentar amenizar a crise enfrentada pelo mercado de planos de saúde no Brasil, a presidente da SulAmérica, Raquel Reis, afirma que o setor caminha na direção do aumento de preços. A meta é elevar a rentabilidade, ainda que isso provoque a saída de clientes. Neste ano, a carteira de planos empresariais da operadora teve reajuste médio de 22,5%.

Reis diz que o mercado tem mostrado elasticidade, ou seja, o cliente ainda aceita o reajuste sem abandonar o plano. “Rentabilidade é prioridade. Ainda que tenhamos de entregar um crescimento menor do que poderia, isso é uma coisa que a gente vai admitir em função da rentabilidade.”

O que tem acontecido nas negociações para segurar o reajuste é um aumento da coparticipação, arranjo em que o beneficiário banca parte dos serviços que utiliza do plano. A restrição dos reembolsos também tem avançado, segundo ela.

Entre as alternativas para dar sustentabilidade ao setor, a executiva defende uma flexibilização das franquias, modelo em que é estabelecido um valor no contrato até o qual a operadora não tem responsabilidade de cobertura. Pelas regras atuais, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) determina algumas vedações à franquia, como a diferenciação por faixa etária e o financiamento integral do procedimento por parte do beneficiário.

Segundo Reis, o mercado de planos de saúde teve um prejuízo histórico em 2022 e precisa de um turn around no qual a SulAmérica está inserida. O setor já chegou a abarcar 25% da população brasileira e hoje está em 23%. Isso é um ponto de atenção também para o governo, já que qualquer vida que deixa de consumir da saúde suplementar vai para o SUS.

As operadoras têm buscado uma aproximação do governo para discutir soluções em conjunto. Reis aponta que a sinistralidade ficou baixa no início da pandemia, devido à queda na utilização dos serviços, mas agora está alta, o que tem pressionado os custos do setor.

Além disso, a executiva destaca preocupações com o cenário de inclusão no rol de procedimentos e medicamentos especiais, pois uma série de terapias passaram a ser ilimitadas, gerando custos adicionais. Ela também menciona a necessidade de repensar a regulação do setor, buscando alternativas como franquias e produtos mais modulares.

Apesar dos desafios, Reis destaca que o mercado tem mostrado elasticidade e os clientes têm aceitado os aumentos de preço. Ela enfatiza que a estratégia da SulAmérica tem sido aumentar a coparticipação dos beneficiários para reduzir os reajustes e evitar downgrades de planos.

Em relação às fraudes, a presidente da companhia reforça que sempre há intermediários envolvidos e cita o caso de clínicas que promovem procedimentos estéticos utilizando o plano de saúde com reembolso assistido. A empresa está investigando essas situações e tomando medidas para combatê-las.

No geral, a SulAmérica está focada em garantir a rentabilidade do setor e buscar soluções para enfrentar a crise e garantir a sustentabilidade do mercado de planos de saúde no Brasil.

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