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Os pentecostais defendem essa prática como um dom espiritual, mencionado em Atos dos Apóstolos. Ela serve, segundo a religião, tanto para edificação pessoal quanto para o fortalecimento da fé da comunidade quando acompanhado de interpretação. Nesse entendimento, Deus teria distribuído para algumas pessoas o dom de traduzir o que a pessoa estaria orando.
Por outro lado, a prática é contestada por muitas denominações cristãs tradicionais, como os reformados. Eles argumentam que o dom de línguas foi específico para a era apostólica e não se aplica aos dias de hoje. Eles também criticam o uso contemporâneo da prática por não seguir a ordem bíblica de ser sempre acompanhado por interpretação em um contexto congregacional, conforme instruído em 1 Coríntios 14.
‘Intimidade e comunhão’
O pastor pentecostal Nilson Gomes disse à reportagem que a atleta aparentava estar orando em línguas no vídeo em questão, porém, é algo que não é possível ter certeza e apenas a atleta poderia confirmar. Segundo ele, essa prática ocorre quando um fiel, em profunda oração, transcende as palavras comuns e passa a se expressar em “línguas espirituais”. Gomes explica que essa experiência é vista como um sinal visível do batismo no Espírito Santo.
Nós pentecostais cremos que as línguas são sinais que evidenciam o batismo no Espírito Santo, é um sinal visível. Toda pessoa que passou por essa experiência do sinal visível de falar em línguas, em algum momento de suas orações, no exercício de sua espiritualidade, em profunda comunhão, intimidade com Deus ela vai falar em línguas.
Nilson Gomes
O pastor enfatiza que a oração em línguas não é algo que pode ser feito a qualquer momento, de forma arbitrária. “Eu não vou falar em línguas a qualquer momento, a qualquer hora, simplesmente para impressionar,” afirma.