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Partido governista Congresso Nacional Africano corre risco de perder maioria na África do Sul
No início da apuração dos votos para as eleições gerais da África do Sul, o partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) aparece abaixo da maioria absoluta, de acordo com os primeiros resultados divulgados nesta quinta-feira (30).
Com 11% das urnas totalizadas, o CNA, que está no poder desde 1994, possui 42,3% dos votos, o que aponta para a necessidade de formação de uma coalizão para manter-se no governo, uma situação inédita. Nas últimas eleições, em 2019, o partido obteve 57,5% dos votos.
Em segundo lugar está o partido de centro-direita Aliança Democrática, que registrou 25,5% dos votos, um número ligeiramente superior ao indicado pelas pesquisas.
Logo em seguida, quase empatados, estão duas siglas populistas de esquerda que surgiram a partir de dissidências do CNA: Combatentes da Liberdade Econômica, com 8,2%, e MK, liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, com 7,8%.
Diversos partidos de menor expressão vêm na sequência – ao todo, 52 partidos concorreram no Congresso que elegerá o presidente pelos próximos cinco anos.
Se a tendência dos resultados se mantiver, o CNA precisará buscar o apoio de partidos menores para se manter no poder. A dúvida paira sobre se haverá um acordo com a Aliança Democrática, considerado improvável, ou se o partido governista buscará alianças à esquerda, o que tem gerado preocupação nos setores produtivos e entre os investidores internacionais.
Os resultados finais devem ser divulgados pela comissão eleitoral no próximo domingo (2).
A eleição realizada na quarta-feira (29) foi marcada por longas filas e diversos problemas de organização, o que levou a uma extensão do prazo de votação além das 21h previstas. A participação popular deve atingir níveis recordes.