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Univ. Católica confiscada por Ortega ganha nome de guerrilheiro.

A ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua continua a perseguir e reprimir qualquer forma de oposição. Na quarta-feira, 16, a Universidade Centro-Americana (UCA), uma instituição jesuíta de renome, teve seus bens confiscados e foi renomeada como Universidade Nacional Casimiro Sotelo Montenegro. A ditadura alegou que a UCA era um “centro de terrorismo” que organizava grupos criminosos, se referindo aos protestos de 2018 contra o governo. Esses protestos foram vistos pelo regime como uma tentativa de golpe de Estado e resultaram na morte de 300 pessoas.

A UCA, antes da estatização, tinha como reitor o padre Rolando Enrique Alvarado López. Agora, ela presta homenagem a Casimiro Sotelo Montenegro, um importante guerrilheiro e militante da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) que morreu em 1967. Montenegro lutou pela autonomia universitária na Nicarágua, um direito que tem sido sistematicamente violado pelo regime de Ortega.

O próprio Ortega estudou na UCA antes de abandonar a universidade para se juntar à luta armada contra a ditadura de Anastasio Somoza. Dois de seus filhos também se graduaram na UCA em sociologia e comunicação social, respectivamente. No entanto, a relação entre o governo e a Igreja Católica tem se deteriorado, com Ortega prendendo religiosos críticos ao governo.

A Companhia de Jesus, à qual a UCA pertence, denunciou as acusações contra a instituição como falsas e pediu ao governo para reverter essa “medida drástica, inesperada e injusta”. A entidade afirmou que a estatização da universidade faz parte de uma política governamental que viola sistematicamente os direitos humanos e visa consolidar um Estado totalitário.

Essa ação do regime de Ortega tem sido condenada pela comunidade internacional. Os Estados Unidos manifestaram sua preocupação com essa recente ação, afirmando que ela representa mais uma erosão das normas democráticas na Nicarágua. Desde os protestos de 2018, o governo de Ortega tem endurecido o regime, enviando opositores ao exílio, fechando universidades e ONGs e privando as pessoas de seus bens e nacionalidade.

A situação na Nicarágua continua a ser motivo de preocupação, não apenas para a comunidade internacional, mas também para o papa Francisco, que já chamou Ortega de desequilibrado. As liberdades civis e os direitos humanos estão cada vez mais ameaçados nesse país da América Central, e é importante que a comunidade internacional permaneça atenta e denuncie essas violações. A sociedade civil nicaraguense também precisa continuar lutando pela sua liberdade e pela restauração da democracia.

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