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28 países e UE pedem transição negociada na Venezuela com garantias para ambos os lados, chavistas e oposicionistas, em comunicado assinado por governos de EUA e Argentina.

Documento assinado por 29 países defende transição negociada na Venezuela

No dia 26 de agosto de 2021, os governos dos Estados Unidos, Argentina e mais 28 países se uniram em um documento que visa promover uma transição negociada na Venezuela. O objetivo é garantir um processo que envolva as partes em conflito, tanto os chavistas quanto a oposição. A iniciativa recebeu apoio da União Europeia e foi resultado de uma reunião em Nova York, que contou com a participação dos chefes das diplomacias de Joe Biden e de Javier Milei.

O comunicado destaca a necessidade de os líderes políticos venezuelanos iniciarem conversas construtivas e inclusivas sobre uma transição com garantias para ambas as partes, buscando resolver o impasse político no país e restaurar as instituições democráticas de forma pacífica e em conformidade com a lei venezuelana. A vontade do povo expressa nas eleições de 28 de julho também foi mencionada como ponto de partida para o diálogo.

Entre os países signatários do documento estão Austrália, Canadá, Espanha, Reino Unido, Peru e Portugal, além de outros. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, foi convidado para participar, mas optou por não comparecer, mostrando um distanciamento do país em relação à iniciativa.

Entretanto, a nota divulgada não detalha quais seriam essas garantias ou a quem elas se aplicariam. Há um desmentido em relação à possibilidade de oferecer anistia ao ditador Nicolás Maduro, conforme especulado em um artigo do The Wall Street Journal. Apesar da disposição dos EUA em conceder garantias, especialistas ressaltam que o regime venezuelano ainda não demonstrou interesse em negociar uma transição.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, destacou durante a reunião a importância de responsabilizar aqueles que cometeram abusos de direitos humanos na Venezuela, reafirmando o compromisso dos EUA nesse sentido. Além disso, o comunicado expressa apoio ao opositor Edmundo González, que teria recebido a maioria dos votos de acordo com registros eleitorais disponíveis ao público.

A situação na Venezuela tem sido acompanhada de perto pela comunidade internacional, que busca uma solução para a crise política que se intensificou após as eleições contestadas. O chanceler venezuelano, Yván Gil, defendeu na Assembleia-Geral da ONU a legitimidade do pleito e criticou a postura de países como os Estados Unidos e seus aliados, os quais acusou de promover uma campanha de desinformação.

A ação diplomática liderada pelos governos de Milei e Biden representa uma mudança de posicionamento em relação à abordagem adotada por Lula, que buscava apoio de outros líderes latino-americanos para lidar com a crise na Venezuela. Apesar das divergências, a busca por uma transição negociada continua sendo um desafio para a região.

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