Por que o voto pelo correio “atrasa” o resultado?
Cada estado tem suas próprias leis e isso também vale para a eleição. Uma reportagem do jornal Britânico The Times apontou que estados como a Pensilvânia, por exemplo, causaram um imbróglio nos últimos anos porque neles só é permitido iniciar a contagem dos votos no dia da eleição. Os mesários são obrigados a checar assinaturas e escanear as cédulas de papel em máquinas que fazem a contagem enquanto estão trabalhando para supervisionar o voto presencial, o que acaba atrasando o processo. Em outros estados, como a Flórida, é permitido contar as cédulas em papel assim que elas chegam pelo correio.
Casos excepcionais já atrasaram resultados
“Miragem vermelha” aconteceu na eleição acirrada de 2020. Pensilvânia e Michigan, noticiaram jornais à época, apontavam inicialmente uma vitória de Trump, mas conforme a contagem avançava, o jogo virou. Isso aconteceu porque 58% de todos os votos de 2020, no meio da pandemia, foram depositados pelo correio em Michigan, para evitar aglomerações durante a votação.
Certificados falsos davam vitória a Trump em Michigan em 2020. Segundo a emissora pública PBS, o estado de Michigan levou aos tribunais 15 membros do partido Republicano após emitirem certificados falsos, inclusive com a assinatura da governadora Gretchen Whitmer, validando votos que Trump não recebeu na contagem. Portanto, há margem para recontagens e recursos judiciais em eleições apertadas e polarizadas no país.
Em casos extraordinários, novas contagens podem ser determinadas pela Justiça. Em 2000, George W. Bush venceu Al Gore na primeira contagem de votos na Flórida por uma margem tão estreita que a lei estadual obrigava uma nova contagem.
A última eleição presidencial foi a mais segura da história dos Estados Unidos, segundo a Agência de Segurança de Infraestrutura e Cibersegurança.
Republicanos tendem a votar mais presencialmente, aponta o The New York Times, enquanto eleitores democratas votam mais pelo correio do que os opositores. Com uma eleição mais acirrada, a apuração inicial em estados que permitem a contagem antecipada do voto pelo correio tende a apontar vitória local dos democratas, um fenômeno conhecido como “miragem azul” devido à cor do partido.
Já em estados que não permitem a contagem antecipada, há a chance de “miragem vermelha” que aponta vitória inicial dos republicanos.
Em 2000, George W. Bush venceu Al Gore na primeira contagem de votos na Flórida por uma margem tão estreita que a lei estadual obrigava uma nova contagem.