Na manhã desta quarta-feira (30), Bruno Tolentino, tio do jogador de futebol Lucas Paquetá, compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos sob a proteção de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, optou por manter-se em silêncio diante dos questionamentos dos parlamentares.
O silêncio de Tolentino despertou a atenção da CPI, que agora pretende solicitar a quebra de seus sigilos bancário, telefônico e telemático. A iniciativa partiu do relator da comissão, senador Romário (PL-RJ), e aguarda aprovação do colegiado, conforme informou o presidente Jorge Kajuru (PSB-GO).
Durante a breve oitiva, que durou menos de 15 minutos, Tolentino respondeu apenas a uma pergunta sobre sua família, mantendo-se calado diante das demais questões formuladas. O senador Kajuru criticou a postura do tio de Paquetá, especialmente em relação às investigações envolvendo o sobrinho no futebol inglês.
Segundo informações da CPI, Tolentino e seu filho Yan teriam realizado transações financeiras suspeitas relacionadas ao recebimento de cartões por Lucas Paquetá e por outro jogador, Luiz Henrique. Há indícios de manipulação de resultados em partidas internacionais, o que levou a comissão a convocar novos depoimentos e investigar mais a fundo o caso.
A CPI também aprovou convites a sete árbitros afastados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) devido a decisões controversas em partidas do Campeonato Brasileiro. Os árbitros Ramon Abatti Abel, Braulio da Silva Machado, Flávio Rodrigues de Souza, Diego Pombo Lopez, Pablo Ramon, Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral e José Claudio Rocha Filho estão entre os convocados para prestar esclarecimentos perante a comissão.
Novos depoimentos
Os desdobramentos desse depoimento e das novas convocações prometem agitar o cenário esportivo e político nas próximas semanas. A sociedade brasileira aguarda ansiosa por respostas e por medidas concretas para coibir a manipulação de resultados no futebol nacional e internacional.