Frente parlamentar discute competitividade da indústria farmacêutica e necessidade de políticas públicas de longo prazo no Brasil

Frente Parlamentar Debate Competitividade da Indústria Farmacêutica

30/10/2024 – 17:54

USP Imagens

Frente parlamentar debateu a competitividade da indústria farmacêutica

Na última terça-feira (29), a Câmara dos Deputados sediou o Seminário Brasil Competitivo – Indústria Farmacêutica Nacional, promovido pela Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo. Durante o evento, representantes da indústria farmacêutica e do governo destacaram a urgência de políticas públicas de longo prazo para impulsionar a produção de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Atualmente, o Brasil produz apenas 5% do IFA necessário, essencial na composição de medicamentos.

O vice-presidente do Grupo Farmabrasil, Walker Lahman, enfatizou a evolução da indústria farmacêutica nacional, que passou de uma única empresa de capital nacional entre as dez maiores em 1998, para seis empresas em 2023. Lahman ressaltou o alto investimento em pesquisa e desenvolvimento realizado pelo setor.

Em relação às políticas vigentes, como a Nova Indústria Brasil e a Letra de Crédito de Desenvolvimento, o executivo acredita que a produção de IFA e o desenvolvimento de terapias avançadas e biotecnologia serão beneficiados. No entanto, ele criticou a política de controle de preços implementada em 2004, alegando que medicamentos inovadores desenvolvidos no Brasil muitas vezes são precificados abaixo de medicamentos mais antigos, devido à ausência de consideração à inovação no processo de fixação de preços.

Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Clodoaldo Magalhães: manter no Brasil os cérebros formados aqui

Pandemia
O deputado Clodoaldo Magalhães (PV-PE), relator do projeto de lei que institui a Estratégia Nacional de Saúde (PL 2583/20), destacou a importância de políticas de longo prazo, evidenciada durante a pandemia, quando o país se viu dependente da importação de insumos farmacêuticos a preços elevados. Ele reforçou a necessidade de um olhar focado em pesquisa e desenvolvimento e na valorização dos cérebros formados e desenvolvidos no Brasil, em detrimento de apenas beneficiar indústrias multinacionais.

O vice-presidente da IQVIA, Sydney Clark, apresentou exemplos de países como China, Coreia do Sul e Índia, que se tornaram grandes produtores de medicamentos ao longo de projetos de pelo menos dez anos de duração.

Reportagem – Silvia Mugnatto
Edição – Roberto Seabra

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