Eleitorado de esquerda ajuda candidato da direita tradicional a vencer no segundo turno em Curitiba, revela jornalista.

Eleições em Curitiba: Pimentel, representante da direita tradicional, vence com apoio da esquerda

O resultado das eleições em Curitiba surpreendeu muitos, com Eduardo Pimentel (PSD) sendo eleito prefeito da cidade no último domingo (27). O candidato da direita tradicional contou com o apoio inesperado do eleitorado de esquerda para vencer no segundo turno contra Cristina Graeml (PMB), ligada à chamada direita radical.

Assim como em outras capitais do Brasil, a falta de representatividade da esquerda no segundo turno fez com que parte desse eleitorado optasse por votar no candidato considerado “menos pior”. Apesar da aliança do PSD com o PL, tentando assegurar o bolsonarismo na chapa, Pimentel enfrentou uma candidata alinhada aos apoiadores do ex-presidente.

Em um vídeo divulgado por Cristina, Jair Bolsonaro manifestou apoio à candidata, o que gerou polêmica na campanha. Pimentel se esquivou do assunto, afirmando que foi uma atitude pessoal do ex-mandatário. Entretanto, no segundo turno, o debate se concentrou em questões técnicas de administração da cidade, o que contribuiu para a vitória de Pimentel.

Durante a campanha do segundo turno, Bolsonaro se manteve distante das eleições em Curitiba, enquanto aliados publicavam apoios a favor de Cristina. Sem diálogo com a esquerda e mantendo a imagem de “candidata contra o sistema”, a postura de Cristina não foi suficiente para conquistar votos majoritários.

Por outro lado, a campanha de Pimentel focou na desconstrução da imagem da candidata rival, explorando fragilidades em seu plano de governo e apontando possíveis mudanças prejudiciais para a população. A estratégia de transferir o debate para temas cotidianos, como a tarifa de ônibus, parece ter sido eficaz.

No final, a diferença de votos no segundo turno foi significativa, com Pimentel conquistando 57,6% dos votos contra 42,4% de Cristina. A candidata derrotada atribuiu sua perda ao “poder econômico e político” do adversário, destacando a força da máquina política e reforçando a necessidade de união cidadã para superar tais desafios.

A eleição em Curitiba reflete uma conjuntura política complexa, com alianças improváveis e estratégias de campanha distintas. O futuro da cidade está nas mãos de Eduardo Pimentel, que terá que governar em um cenário polarizado e desafiador.

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