Alta abstenção preocupa TSE e entidades nas eleições municipais: mais de 9,9 milhões faltaram ao segundo turno em 51 cidades.

Alta abstenção preocupa TSE em segundo turno das eleições municipais

No último domingo (27), as eleições municipais de segundo turno registraram uma alta abstenção, preocupando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e entidades ligadas à organização dos pleitos no Brasil.

Em um total de 33,9 milhões de eleitores das 51 cidades em disputa, mais de 9,9 milhões faltaram à votação, o que corresponde a 29,26% do eleitorado. Esse número é próximo ao do segundo turno de 2020, realizado durante a pandemia da Covid-19, mas supera a eleição municipal de 2016.

A ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, demonstrou preocupação com o percentual e afirmou que a Justiça Eleitoral realizará análises mais detalhadas sobre os dados de comparecimento no segundo turno. Após a divulgação dos resultados, ela declarou: “A gente vai ter que apurar em cada local.”

O estado de Goiás foi o que registrou o maior percentual de abstenção, com 34,43%, enquanto as cidades do Ceará apresentaram o menor índice, com 16,28%. Em São Paulo, 31,42% dos eleitores das 18 cidades que foram às urnas faltaram à votação.

Ana Claudia Santano, coordenadora-geral da ONG Transparência Eleitoral Brasil, destacou a importância de analisar a abstenção com complexidade e detalhe, levando em consideração as características do eleitorado brasileiro.

O coordenador-geral adjunto da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, Bruno Andrade, apontou que a falsa compreensão de que a obrigação com as eleições estaria cumprida no primeiro turno pode ter contribuído para a alta abstenção no segundo turno.

Medidas para facilitar o acesso às urnas, como buscar novos locais de votação e fornecer transporte aos eleitores, foram citadas como estratégias para reduzir os índices de abstenção. A presidente do TSE também ressaltou a importância de avaliar se tais medidas foram bem divulgadas.

A multa para quem não vota no Brasil é de R$ 3,51 por turno. Movimentos contrários à política e embates violentos em detrimento de debates construtivos foram apontados como fatores que afastam o eleitor e contribuem para a abstenção.

Diante desse cenário, é fundamental repensar as estratégias de engajamento do eleitorado e fortalecer os valores democráticos para garantir a participação nas eleições futuras.

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