Após semanas de oitivas conduzidas pelo desembargador Airton Vieira, auxiliar de Moraes, a fase de instrução oral foi encerrada. Agora, as defesas e a acusação terão cinco dias para pedir diligências adicionais que considerem necessárias para o processo.
A data do julgamento definitivo ainda não foi estabelecida. O depoimento mais recente, realizado nesta terça-feira, foi do major da Polícia Militar Ronald Alves de Paula, que está preso em Brasília. Ele negou qualquer envolvimento no monitoramento da rotina de Marielle Franco antes de sua morte, afirmando desconhecer a vereadora.
Além do major Ronald, os réus no processo incluem o deputado federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e Robson Calixto, ex-assessor de Domingos. Todos estão presos e respondem por homicídio e organização criminosa.
Durante os depoimentos, os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa negaram qualquer participação no assassinato de Marielle. Segundo investigações da Polícia Federal, o crime está relacionado ao posicionamento político da vereadora, oposto aos interesses do grupo liderado pelos irmãos Brazão, ligados a questões fundiárias controladas por milícias no Rio de Janeiro.
Nesta quarta-feira (30), Ronnie Lessa e Elcio Queiroz, acusados de envolvimento direto no assassinato, vão a júri popular. O Ministério Público do Rio pediu uma pena de 84 anos de prisão para os réus.
O desfecho desse caso continua sendo aguardado com expectativa pela sociedade, que busca por justiça para um crime que chocou o país e levantou questionamentos sobre a segurança e a integridade de agentes políticos no Brasil.