Invasão ao Capitólio: historiador presencia e declara mudança de opinião sobre rótulo fascista em artigo publicado.

Historiador Robert Paxton analisa eventos recentes à luz do fascismo

O renomado historiador Robert Paxton se viu envolvido em um turbilhão de acontecimentos no dia 6 de janeiro de 2021, quando uma multidão invadiu o Capitólio dos Estados Unidos. Para Paxton, especialista em fascismo, o espetáculo que testemunhou na televisão o deixou fascinado e perplexo.

Aos 92 anos, Paxton é considerado um dos maiores estudiosos do fascismo e da história europeia do século 20. Seu livro de 1972, “Vichy France: Old Guard and New Order, 1940-1944”, tornou-se referência no estudo das colaborações políticas com o nazismo na França.

Quando Donald Trump emergiu na política americana em 2016, comparações com o fascismo europeu começaram a surgir na imprensa. Paxton, por sua vez, pediu cautela ao rotular o fenômeno político do momento como fascista, destacando a importância de não banalizar o termo.

A invasão do Capitólio em janeiro deste ano marcou um ponto de virada para Paxton. Após anos de debates e controvérsias sobre a semelhança do trumpismo com o fascismo, o historiador decidiu publicamente declarar uma mudança de opinião. Para ele, a incitação à violência por parte de Trump cruzou uma linha vermelha, tornando o rótulo fascista não apenas aceitável, mas necessário.

Em uma entrevista recente, Paxton expressou preocupação com a evolução do trumpismo, destacando como a virada para a violência e a base social sólida do movimento lembram os regimes fascistas do passado.

Paxton também refletiu sobre a situação política atual nos Estados Unidos, comparando-a a momentos históricos delicados, como a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha e Mussolini na Itália. Para ele, a figura de Trump possui um poder diferente, com uma base social mais sólida do que a de líderes fascistas anteriores.

Diante do cenário complexo e polarizado, Robert Paxton mantém um olhar crítico e atento, preocupado com os rumos que o país pode tomar. Sua experiência e conhecimento sobre o fascismo trazem uma perspectiva única para compreender os desafios políticos e sociais enfrentados atualmente nos Estados Unidos.

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