Coluna Prestes completa 100 anos: a maior marcha militar do mundo que desafiou o poder das oligarquias brasileiras.

Há exatos 100 anos, teve início um dos movimentos militares mais emblemáticos da história do Brasil: a Coluna Prestes, que alguns historiadores argumentam ser mais apropriado se referir como Coluna Miguel Costa – Prestes. Com cerca de 1.500 homens e mulheres, predominantemente soldados de patente inferior, a marcha percorreu aproximadamente 25 mil quilômetros ao longo de dois anos e meio, atravessando vários estados brasileiros sem nunca ter sido oficialmente derrotada.

Apesar de ser liderada pelo conhecido Luís Carlos Prestes, o movimento rebelde também contou com a liderança de Miguel Alberto Crispim Rodrigo da Costa, militar argentino naturalizado brasileiro. A presença de Costa foi crucial, especialmente após sua participação na Revolta Paulista de 1924, que serviu como precursor da criação da coluna. Por isso, muitos estudiosos preferem chama-la de Coluna Miguel Costa – Prestes.

O jornalista Yuri Abyaza Costa, neto de Miguel Costa, destaca a importância estratégica do militar na história da coluna. Segundo ele, sem a intervenção de Miguel Costa, Luís Carlos Prestes não teria alcançado o status histórico que possui. O jornalista também ressalta a humanidade de Prestes para com seus comandados, mencionando seu papel na alfabetização de soldados e cuidados com os feridos durante a marcha.

A Coluna Prestes se destacou por sua luta contra as oligarquias dominantes da época, durante o período conhecido como política do café com leite. Seus integrantes reivindicavam a implementação do voto secreto, a defesa do ensino público e a erradicação da miséria e injustiça social no Brasil. Sua influência foi tão marcante que inspirou movimentos revolucionários em diferentes partes do mundo, como Mao Tse Tung e Fidel Castro.

O legado deixado pela Coluna Prestes contribuiu significativamente para a revolução de 1930, que resultou na chegada de Getúlio Vargas ao poder e marcou o início de uma nova era no Brasil. A herança deixada pela Coluna foi a de enfraquecer as bases do governo oligárquico, abrindo caminho para mudanças sociais e políticas mais profundas no país.

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