WhatsApp realiza operação judicial e proíbe softwares de disparo em massa; spam eleitoral persiste nas eleições.

Operação judicial do WhatsApp contra disparo em massa de spam eleitoral

O WhatsApp realizou uma operação judicial com ao menos oito ações contra 12 empresas para tirar do ar softwares que permitiam disparo em massa. Apesar disso, a disseminação de spam eleitoral com ataques a candidatos ainda foi uma realidade nas eleições deste ano.

De acordo com a plataforma de monitoramento Palver, nos últimos três meses foram identificadas 13.180 mensagens classificadas como spam no aplicativo, citando postulantes a prefeituras que disputam o segundo turno em 15 capitais brasileiras.

Os dados revelam que as campanhas encontraram alternativas às ferramentas tradicionais de automação no WhatsApp. Relatos de marqueteiros, sob condição de anonimato, confirmam essa situação.

A Palver define como movimento coordenado qualquer mensagem que possa ser considerada inautêntica. Isso inclui mensagens disparadas em grande volume pelo mesmo usuário em um curto espaço de tempo, conteúdos repetidos por várias contas ou o envio contínuo de links por um único remetente.

A empresa extrai dados de 75 mil grupos públicos, cujos links de acesso foram encontrados na internet. Segundo o fundador da Palver, Luis Fakhouri, houve movimentos coordenados, mas a frequência dessas ações em 2020 ainda não está definida devido à falta de levantamento anterior.

O WhatsApp, por sua vez, afirma que mantém um sistema de integridade que bane automaticamente cerca de 8 milhões de contas por mês em todo o mundo por comportamento não autêntico no aplicativo.

A prática do disparo em massa, intermediada por softwares integrados ao aplicativo, ganhou destaque em 2018, quando foi revelado o uso dessa tecnologia por empresários para impulsionar mensagens contra o PT. O termo “disparo em massa” foi proibido pelo WhatsApp em seus termos de uso.

O diretor-executivo do ITS-Rio, Fabro Steibel, ressalta que muitos dos aplicativos que faziam disparo em massa utilizavam técnicas de engenharia reversa para burlar as barreiras de segurança do WhatsApp.

Após decisões favoráveis do WhatsApp na Justiça, funcionários de agências de marketing político relatam que está mais difícil encontrar aplicativos de terceiros para envio automatizado de mensagens. Ainda assim, existem agências que oferecem serviços de disparo em massa utilizando métodos mais rudimentares e até mesmo o disparo manual.

Embora o WhatsApp tenha obtido êxito nas ações judiciais, o desafio de combater o spam eleitoral persiste, evidenciando a necessidade de contínuos aprimoramentos por parte da plataforma e de manutenção da vigilância por autoridades e sociedade civil.

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