Transplante de Pulmão: Como a Doação de Órgãos Salva Vidas e a Importância do Consentimento Familiar.

Maristela Pastro: uma história de superação através da doação de órgãos

Aos 61 anos, a artista plástica e empresária Maristela Pastro enfrentou um desafio que mudaria sua vida para sempre. Diagnosticada com artrite reumatoide, uma doença autoimune que afetou seus pulmões, Maristela viu sua condição se agravar ao ponto de necessitar de um transplante de pulmão para sobreviver.

Ao relatar sua experiência, Maristela conta como precisava de oxigênio, de cadeira de rodas e de uma mangueira para circular em seu apartamento. A situação era tão delicada que só restava a ela a opção de entrar na fila de transplante, mesmo sabendo dos desafios que viriam.

No dia 13 de maio, o esperado aconteceu: um novo pulmão estava disponível para Maristela. O transplante bem-sucedido realizado no Hospital Sírio-Libanês foi possível graças à generosidade de uma família que decidiu doar os órgãos de um ente querido, proporcionando uma nova chance de vida para a artista.

Entretanto, a doação de órgãos não ocorre sem desafios. No Brasil, a legislação estabelece que a doação só pode ser realizada com o consentimento da família, o que muitas vezes resulta em recusas, mesmo quando o doador expressou o desejo de ser doador em vida. Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos mostram que a recusa familiar ainda é um dos principais motivos para a não realização de doações.

Para Suelen Stopa Martins, nefrologista pediátrica, e Fabrício Calil, enfermeiro coordenador de transplantes do Sírio-Libanês, é essencial conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e esclarecer os procedimentos envolvidos no processo. Educar a família sobre o momento da doação após a morte cerebral, fornecendo informações claras e desmistificando o processo, é fundamental para aumentar as taxas de doação e salvar vidas como a de Maristela Pastro.

Maristela, que agora se encontra em São Paulo para o acompanhamento pós-transplante, celebra sua nova chance de viver plenamente. Com agradecimento pela doação que lhe foi concedida, ela ressalta a importância de esclarecer a população sobre a doação de órgãos e destaca a necessidade de uma conversa franca e aberta em família para garantir que a vontade do doador seja respeitada.

Diagnóstico de morte encefálica: como é feito

Exames clínicos

  • Reflexo pupilar: Verificação de ausência de resposta à luz (pupilas não reagem)
  • Reflexo córneo-palpebral: Ausência de fechamento das pálpebras ao toque na córnea
  • Reflexo de tosse: Ausência de reflexo ao estímulo nas vias respiratórias
  • Teste de apneia: Desconexão do paciente do ventilador para observar a falta de esforço respiratório
  • Prova calórica: Introdução de água fria no canal auditivo para testar movimento ocular

Testes complementares

  • Eletroencefalograma: Mostra ausência de atividade elétrica no cérebro
  • Doppler transcraniano: Atesta a falta de fluxo sanguíneo cerebral

Requisitos para o diagnóstico

  • Documentação completa no prontuário
  • Dois exames clínicos realizados por médicos diferentes
  • Testes feitos por médicos capacitados
  • Intervalo mínimo entre os exames de acordo com a idade do paciente
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