Ex-policiais acusados do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes irão a júri popular na próxima quarta-feira, após mais de seis anos do crime.

No dia 30 de outubro, dois ex-policiais militares acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes serão levados a júri popular. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, os réus do caso que chocou o Brasil há mais de seis anos, terão que responder pelas acusações perante a justiça.

A decisão foi tomada pelo juiz Gustavo Kalil, durante uma reunião especial realizada no Fórum Central do Rio, com a presença de representantes do Ministério Público, assistentes de acusação e a defesa dos réus. A data marcada para o julgamento foi definida e Kalil, que será o responsável por presidir o caso, pediu que apenas as pessoas envolvidas diretamente no júri compareçam ao local para evitar aglomerações e tumultos. O prazo de 10 dias foi dado para a apresentação das provas orais finais tanto pela defesa quanto pela acusação.

O assassinato de Marielle Franco, vereadora pelo PSOL, aconteceu em 14 de março de 2018, quando ela retornava de um encontro de mulheres negras e seu carro foi alvo de vários disparos no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. O motorista Anderson Gomes também foi atingido e acabou falecendo, enquanto uma assessora da parlamentar foi ferida.

O caso desencadeou uma investigação complexa que resultou na prisão dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. Mais recentemente, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa também foram detidos sob a suspeita de serem os mandantes do crime, processo que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).

Para o Instituto Marielle Franco, a chegada do julgamento é vista como um momento crucial na busca por justiça. Já a ONG Anistia Internacional, que acompanha o caso de perto, ressalta a importância de que todos os envolvidos no crime, tanto os executores quanto os planejadores, sejam responsabilizados de acordo com os padrões internacionais de justiça.

A mobilização em torno do caso continua intensa, com a realização de uma missa no Cristo Redentor pela família de Marielle e um ato em memória da vereadora e do motorista organizado por diversas organizações no dia do julgamento. A luta por justiça e reparação permanece viva e as cobranças por medidas que evitem a repetição de tragédias como essa devem continuar.

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