Na última sexta-feira (25), o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) foi alvo de uma operação de busca e apreensão pela Polícia Federal que teve desdobramentos em Goiânia, Cidade Ocidental e Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. As acusações envolvem desde a utilização de recursos da cota de seu gabinete para burlar restrições legais de contratação de funcionários até um esquema de criação de associação criminosa para desviar verbas de emenda parlamentar.
As investigações que resultaram na operação tiveram origem em outro inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os financiadores dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Durante as apurações, a Polícia Federal identificou indícios de um amplo esquema de desvio de recursos centralizado no gabinete do deputado, envolvendo diversas empresas registradas em seu nome.
Desvio de cota parlamentar
Uma das acusações está relacionada à contratação da empresa Goiás Online pelo gabinete de Gayer. A empresa, oficialmente listada como escritório de publicidade e propaganda, pertence a João Paulo de Souza Cavalcante, ex-candidato a deputado estadual em 2018. Em dezembro de 2022, Gayer enviou um ofício a ele para assumir o cargo de secretário parlamentar, mesmo estando inelegível na época. A empresa foi criada em março de 2023, três meses após o ofício, e recebeu repasses de R$ 24 mil da cota de gabinete.
Além disso, a PF também investiga o uso da verba da cota parlamentar para benefício pessoal de Gayer, especialmente em relação a seu escritório de apoio e à empresa Loja Desfazueli registrada em nome de seu filho. O gabinete mensalmente destinava recursos para o custeio do local, misturando as contas do mandato com as do estabelecimento.
Desvio de emendas
A terceira conduta investigada pela Polícia Federal é a tentativa de desvio de emendas parlamentares de Gayer para uma empresa gerida por ele próprio. Mensagens encontradas no celular de João Paulo Cavalcante indicam que houve uma tentativa de adquirir uma associação do terceiro setor para operar aliados do deputado, com o aval do próprio. A associação foi adquirida por R$ 6 mil e teve seu estatuto alterado para adequar-se aos interesses do grupo.
Embora a PF reconheça a intenção de usar a associação para desviar emendas, não ficou claro se o plano foi bem-sucedido. Mais detalhes no site oficial do Congresso em Foco.