Impacto financeiro das internações por câncer de mama no SUS é estimado em R$ 208 milhões em um ano, revela pesquisa.

O impacto financeiro das internações por câncer de mama no SUS (Sistema Único de Saúde) é estimado em R$ 208 milhões em um ano, segundo levantamento da empresa de gestão hospitalar Planisa, que detém a maior base de dados de custos hospitalares da América Latina.

O valor corresponde a 97.947 internações relacionadas à doença entre julho de 2023 e julho de 2024. Foram 14,7 milhões de internações totais no período.

O tumor da mama é o tipo mais comum entre as mulheres. De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), a doença corresponde a cerca de 30% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil, sendo previstos 74 mil novos casos por ano até 2025.

O custo com internação inclui gastos com remédios, insumos e equipamentos, mas não engloba tratamento ambulatorial, como quimioterapia e radioterapia, por exemplo, diz o especialista em gestão de custos hospitalares e diretor de serviços da Planisa, Marcelo Carnielo.

Segundo ele, a grande demanda por internações oncológicas sobrecarrega a infraestrutura hospitalar, impactando na disponibilidade de leitos, equipamentos e profissionais qualificados.

Um estudo inédito da Planisa em parceria com a plataforma de governança clínica DRG Brasil também verificou os custos de hospitais privados. Foram analisadas 442 instituições de saúde públicas e privadas de várias regiões do Brasil, o que revelou um custo de R$ 107,8 milhões em internações por câncer de mama entre janeiro de 2022 e setembro de 2024.

O radiologista Ademar Paes Júnior, membro do Conselho da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), argumenta que a redução de custos com o câncer de mama depende principalmente do diagnóstico precoce da doença.

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Para que o tumor seja identificado em fase inicial é necessária a realização de rastreamento (exame em mulher que não tem sintomas) feito com mamografia —procedimento de rastreio por imagem no tecido mamário que pode detectar nódulos ainda não palpáveis.

Um dos causadores dos altos custos de internação no Brasil é o envelhecimento populacional, que causa um aumento na incidência de doenças crônicas, como câncer e diabetes, e problemas cardiovasculares.

“Ao contrário dos traumas, mais comuns até algumas décadas atrás, essas doenças relacionadas ao nosso estágio de desenvolvimento exigem mais exames de acompanhamento e cuidados constantes. E podem causar complicações bastante onerosas e aumentar o número de internações.”

O projeto Saúde Pública é uma parceria com a Umane, associação que apoia iniciativas no âmbito da saúde pública.

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