Operações-ostentação: O governo Cláudio Castro e a violência policial no Rio de Janeiro

Operações policiais no Rio de Janeiro: ostentação ou solução?

Foto: Reprodução/ Redes Sociais (@pmerj)

No cenário político atual, o governo de Cláudio Castro é frequentemente criticado por sua apatia e falta de presença diante dos inúmeros problemas enfrentados pelo Rio de Janeiro. No entanto, quando se trata de operações policiais, o governador faz questão de demonstrar força, mesmo que os resultados não sejam favoráveis para a população fluminense. Na manhã desta quinta-feira (24/10), a Avenida Brasil foi palco de uma operação que resultou em 2 mortos, 4 feridos e pânico entre os transeuntes, evidenciando a violência presente em uma das vias mais movimentadas do país.

Dados alarmantes revelam a ostentação policial praticada pelo governo de Castro. Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) apontou que, entre 2007 e 2022, ocorreram 629 chacinas em operações policiais no Rio de Janeiro, resultando na morte de 2.554 pessoas. Dessas, 27 foram classificadas como “mega chacinas”, com 8 ou mais vítimas fatais, sendo que 9 delas se concentraram no período de 2020 a 2022, durante a gestão de Cláudio Castro.

Em maio de 2021, o Rio registrou a maior chacina policial de sua história, com 27 mortos no Jacarezinho, seguida por outra com 23 mortes na Penha, Vila Cruzeiro, em maio de 2022. Mesmo com determinações do Supremo Tribunal Federal para reduzir a letalidade policial, as operações continuaram a resultar em tragédias, como a ocorrida no Complexo do Alemão, em julho de 2022, com 16 mortos.

Diante do aumento da violência, é importante ressaltar que o Rio de Janeiro possuía, em 2023, um número de assassinatos superior ao de São Paulo, mesmo com uma população menor. Segundo o Monitor da Violência, houve 3.388 mortes violentas no estado fluminense, um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior.

A necessidade de repensar o modelo de segurança pública é evidente. A ostentação por meio de operações policiais não tem gerado os resultados esperados, prejudicando não apenas a população, mas também os próprios agentes de segurança. Investir em inteligência, tecnologia e ações sociais é essencial para promover uma segurança mais eficaz e que respeite os direitos fundamentais da população.

O governo de Cláudio Castro tem sido alvo de críticas e reprovação, evidenciando a insatisfação dos moradores do Rio de Janeiro. A pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que 46% da população consideram sua gestão como ruim ou péssima.

Diante do cenário de violência e ineficácia das operações ostensivas, é urgente a adoção de medidas que promovam a segurança de forma mais humanizada e eficiente, visando a proteção da vida e a redução da criminalidade no estado do Rio de Janeiro.

Este é um artigo de opinião e não reflete, necessariamente, as ideias do DIÁRIO DO RIO.

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