Operação da PF investiga suspeita de venda de decisões no Judiciário de MS; Desembargadores afastados e monitorados com tornozeleira.

Nesta quinta-feira (24), a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar suspeitas de venda de decisões no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. A ação, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), resultou no afastamento de servidores públicos de suas funções e na imposição do uso de tornozeleira eletrônica.

Cinco desembargadores e dois servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) estão entre os investigados, sendo proibidos de acessar as dependências do órgão e de se comunicar com outras pessoas envolvidas. No total, estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, como Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT), todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações buscam apurar crimes como corrupção em venda de sentenças, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas. A Operação Ultima Ratio, como foi denominada pela PF, contou com o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, realizada em 2021, a qual resultou na apreensão de materiais com indícios dos crimes em questão.

Em nota, o TJ-MS ressaltou que as decisões do STJ são direcionadas apenas a alguns desembargadores, magistrados e servidores da instituição, garantindo a continuidade dos serviços judiciais prestados à população. O tribunal afirmou que os investigados terão o direito de se defender e que os fatos estão em processo de investigação, sem que haja um juízo de culpa definitivo até o momento.

A operação segue em andamento, com o objetivo de esclarecer as suspeitas de corrupção e garantir a transparência e a eficiência da Justiça em Mato Grosso do Sul. Opiniões sobre a conduta dos envolvidos estão reservadas até a conclusão das investigações e a garantia do devido processo legal.

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