Obaluayiê: O Senhor da Terra e da Renovação, a Conexão Entre a Vida, a Morte, a Música e o Vinho.

Obaluayiê: o “Senhor da Terra” e sua conexão com a música brasileira

O orixá Obaluayiê, conhecido como o “Senhor da Terra”, é uma divindade com profunda ligação com o solo e os ciclos naturais. Representado coberto por palhas, simboliza o desconhecido e o imaterial, além de ser associado à cura e às doenças.

Obaluayiê também é visto como um símbolo da renovação e da vida, apesar de estar intrinsecamente ligado à morte. Sua relação com o Sol, fonte de energia e regeneração, remete à importância da terra como provedora de vida e cura.

Recentemente, durante uma palestra, o maestro Júlio Medaglia destacou a essência da terra na produção musical. Mencionou seu encontro com Astor Piazzolla, que comparou a boa música ao vinho, enfatizando a importância da ligação com a terra para a autenticidade artística.

Em uma época onde a indústria cultural muitas vezes domina o cenário musical, Medaglia ressaltou a relevância de valorizar talentos genuínos, que resistem em meio às adversidades. Ele destacou a importância de regar a terra e alimentar o solo para que a boa música e o vinho de qualidade possam prosperar.

O programa “Prelúdio”, apresentado por Medaglia e Roberta Martinelli, tornou-se um símbolo dessa conexão com a terra, ao promover e desenvolver talentos brasileiros que buscam expressar sua arte de forma autêntica. Através desse programa, é possível enxergar a terra como uma metáfora para o cultivo da música e da cultura brasileira.

Assim como Obaluayiê é reverenciado como o “Senhor da Terra” no candomblé, os mais velhos que alimentam os sonhos da juventude são vistos como agricultores de talentos, plantando sementes para que o futuro possa florescer. A senioridade é valorizada como uma conquista e uma dádiva, contribuindo para o ciclo contínuo de renovação e crescimento.

A ligação entre Obaluayiê, a terra e a música brasileira nos lembra da importância de valorizar as raízes e as origens em um cenário cultural cada vez mais acelerado. Nesse contexto, a conexão com a terra e a autenticidade artística são essenciais para cultivar talentos e garantir a continuidade da expressão cultural.


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