Lula, o presidente, e seu antecessor, Jair Bolsonaro, encerram o segundo turno das eleições municipais em uma posição mais frágil do que no início da campanha. A preferência dos eleitores nos partidos de centro no primeiro turno, como PSD, MDB e União Brasil, indica que eles não têm mais a mesma eficiência para atrair votos como no passado. Ambos saem desgastados desse embate eleitoral. Em São Paulo, a maior cidade do país e onde concentraram seus esforços, o apoio a candidatos não parece influenciar a maioria dos eleitores.
Uma pesquisa da Quaest realizada em 13 de outubro apontou que 61% dos paulistanos não se deixam influenciar pelo apoio de Lula ao candidato e 58% não se deixam influenciar pelas preferências de Bolsonaro. Entre os eleitores de 2022 que não optaram por nenhum dos dois, 64% indicam que votariam nulo, em branco ou se abstiveriam se a eleição presidencial fosse hoje e os nomes de Lula e Bolsonaro estivessem na cédula.
O desempenho decepcionante do PT, que ainda não conseguiu eleger prefeitos em capitais — disputando o comando de quatro cidades no próximo domingo (27) — revela a gradual perda de apoio da esquerda no país, a falência de seu discurso e o crescimento do antipetismo. De acordo com a Action Consultoria, a taxa de sucesso do PT na eleição para vereador foi de apenas 10,4%, enquanto o MDB obteve 20,1% e o PSol apenas 2,3%. O PL alcançou 15,1%.
O PT já está discutindo estratégias para reconstruir o partido visando as eleições de 2026. Por outro lado, a direita enfrenta a fragmentação. Segundo a Quaest, em uma simulação presidencial com Lula, Tarcísio de Freitas e Pablo Marçal, o voto bolsonarista se divide entre os candidatos, com Lula liderando as intenções de voto. O cenário político nacional permanece dividido em três blocos, com uma ligeira maioria de insatisfação com as opções disponíveis.
O centro político aposta nessa insatisfação para combater a polarização. Embora não seja uma tarefa fácil, os indícios de desgaste nesse modelo indicam que refrescar o discurso e compreender os anseios da sociedade são essenciais para quem almeja o poder.
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