O aumento expressivo de 78,5% nas mortes cometidas por policiais em serviço neste ano em comparação com o ano anterior gerou preocupações nos especialistas da área. A diretora executiva do Sou da Paz, Carolina Ricardo, destacou que esse cenário é reflexo do enfraquecimento do controle do uso da força pela Polícia Militar de São Paulo. Segundo ela, a letalidade policial vem crescendo no estado, evidenciando a falta de prioridade das autoridades em relação à profissionalização do uso da força policial.
Além disso, o levantamento apontou um aumento considerável no número de pessoas negras vítimas da letalidade policial em serviço. De acordo com os dados, o percentual de vítimas negras aumentou 83,8%, enquanto o de vítimas brancas cresceu 58,6%. Essa disparidade de números evidencia uma questão racial que permeia a atuação das forças de segurança em todo o país, principalmente em relação a homens negros e jovens.
Em contrapartida, a SSP de São Paulo ressaltou que as mortes decorrentes de intervenção policial são resultado da reação de suspeitos à ação policial. A secretaria enfatizou que todos os casos são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário. Além disso, a SSP afirmou que investe na capacitação do efetivo, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e políticas públicas para reduzir a letalidade.
Diante desse cenário preocupante, o estado de São Paulo enfrenta um desafio em lidar com a escalada da violência policial e a necessidade de abordar questões raciais na aplicação da lei. É fundamental que as autoridades tomem medidas efetivas para garantir a segurança da população, respeitando os direitos humanos e promovendo uma abordagem antirracista na atuação das forças de segurança.
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