Diplomacia americana nas mãos da extrema direita pode fortalecer grupos ultraconservadores e minar pautas de defesa de minorias em todo o mundo

Ultraconservadores em ascensão: o impacto da diplomacia americana sob controle da extrema direita

O cálculo é de que, com a diplomacia americana sob o controle da extrema direita, grupos pelo mundo poderão reforçar seu posicionamento, receber apoio em eleições locais, ampliar barreiras à imigração e minar pautas de defesa de minorias.

O UOL acompanhou algumas das principais reuniões dos movimentos ultraconservadores nos últimos meses e constatou como o objetivo foi o de formar um arco de extrema direita entre a Europa, América Latina e os EUA.

Com uma intensa articulação nos bastidores, alguns dos principais nomes do movimento americano, como Steve Bannon, já vinham alertando que o êxito nas urnas na Europa de grupos de extrema direita era um sinal de que, se Trump saísse vencedor, uma transformação na agenda internacional poderia ocorrer. “As placas tectônicas estão se movendo”, disse.

Os ultraconservadores americanos têm até mesmo seu articulador internacional. Richard Grenell, que foi embaixador de Trump na Alemanha, é cotado para assumir a diplomacia americana caso o republicano vença.

Nos últimos meses, ele tem circulado pela América Central, promovido turbulências na Guatemala e tem acusado o governo Biden de estimular “ideias de esquerda” na América Latina. Ele é ainda apontado como o homem que tem trabalhado para criar uma rede de líderes de extrema direita, incluindo o húngaro Viktor Orbán.

“Se Trump voltar, abriremos várias garrafas de champanhe”, disse Orbán durante uma entrevista coletiva em 10 de outubro. O líder húngaro visitou Trump em Mar-a-Lago em julho, depois de participar de uma cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Washington.

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