As câmeras corporais têm se destacado como uma importante ferramenta de monitoramento e controle das ações policiais, visando garantir a transparência e a segurança tanto dos agentes quanto dos cidadãos. O segredo do sucesso dessas câmeras está em sua constante ativação, que permite registrar o comportamento dos policiais em suas abordagens, assim como das pessoas que estão sendo abordadas.
A decisão do governador Tarcísio de Freitas e do secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite de implementar novas regras para o uso das câmeras corporais foi respaldada pelo Ministério da Justiça, que estabeleceu diretrizes para seu emprego em 16 situações específicas. No entanto, a gestão de Ricardo Lewandowski optou por um protocolo menos restritivo, que não garante a gravação ininterrupta.
O governo de São Paulo anunciou a assinatura de um contrato com a empresa Motorola para aquisição de 12 mil câmeras corporais para a PM, porém o modelo previsto não inclui a gravação contínua. Além disso, há preocupações quanto à alocação desses equipamentos, teme-se que sejam direcionados para setores como canis e academias de formação, em detrimento dos batalhões com maiores índices de letalidade.
O uso inadequado das câmeras corporais e a falta de empenho do governo também são questões alarmantes. As imagens entregues ao Ministério Público referentes à Chacina do Guarujá revelaram apenas três dos 16 casos iniciais que resultaram em morte, levantando suspeitas sobre a veracidade da chamada Operação Escudo, que possivelmente teria sido planejada como uma Operação Vingança.
No caso específico da Rota, batalhão que possui câmeras em todos os uniformes, apenas seis vídeos de confrontos foram disponibilizados, sendo que oito ocorrências resultaram em mortes de agentes. Isso reforça a preocupação com o mau uso e a falta de transparência no emprego das câmeras corporais pelas forças policiais.
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