Estudo aponta caminho para Brasil reduzir em 80% emissões de gases do efeito estufa até 2050, diz Observatório do Clima.

Um estudo recente divulgado pelo Observatório do Clima aponta para um caminho viável e promissor que o setor energético brasileiro pode seguir para reduzir em até 80% as atuais emissões de gases do efeito estufa até o ano de 2050. Essa iniciativa, se implementada, poderia atender à demanda energética do país, mantendo um crescimento médio do Produto Interno Bruto de 2,1% ao ano e ainda garantindo a transição para um cenário de baixo carbono.

O estudo propõe uma série de medidas, incluindo a eliminação dos subsídios do governo aos combustíveis fósseis, mudanças na Petrobras e no modelo de desenvolvimento energético brasileiro. Essas ações poderiam reduzir as emissões de dióxido de carbono equivalente (CO₂e) no setor energético em 2050 para 102 milhões de toneladas, em contraste com a projeção de 558 milhões de toneladas caso as medidas não sejam adotadas.

A coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, ressaltou a importância dessas iniciativas, destacando que o Brasil poderia se tornar a primeira grande economia do mundo a sequestrar mais gases de efeito estufa do que emite. Ela enfatizou que é possível alterar rotas equivocadas e contribuir para que o Brasil se torne um país carbono negativo até 2045.

Entre as diretrizes propostas pelo estudo estão a inserção de energias renováveis, como solar e eólica, no setor elétrico, o desenvolvimento da indústria de hidrogênio verde, mais investimentos em biocombustíveis e eletrificação do transporte público coletivo. Além disso, o estudo aponta para a necessidade de redirecionar os subsídios governamentais para os combustíveis fósseis, cessar a expansão da exploração de petróleo e transformar a Petrobras em uma empresa de energia com investimentos em fontes de baixo carbono.

Os pesquisadores enfatizaram que além de contribuir para uma economia de baixo carbono, as diretrizes do estudo permitiriam a superação da pobreza energética e a correção de injustiças, tornando a produção de energia mais eficiente. A transição para um setor energético mais sustentável traria benefícios significativos para o meio ambiente e para a sociedade como um todo.

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