Brasil registra 38 mil boletins de ocorrência de violência contra médicos em 11 anos: um a cada três horas.

Violência contra médicos no Brasil: um panorama preocupante

Um levantamento realizado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) revelou que entre os anos de 2013 e 2024, o Brasil registrou um total de 38.092 boletins de ocorrência de violência contra médicos nos serviços de saúde públicos e privados. Esse dado alarmante sugere que, em média, nove novos casos são registrados diariamente, totalizando um incidente a cada três horas.

Os estados mais afetados por esse tipo de violência foram São Paulo, com 18.406 registros, seguido pelo Paraná, com 3.935, e Minas Gerais, com 3.617 casos. O ano de 2023 se destacou como o mais violento, com 3.993 ocorrências registradas. No entanto, os dados de 2024 ainda são parciais, sem a informação sobre até qual mês a análise foi realizada.

Os tipos de violência mais frequentes contra os médicos incluem ameaças, vias de fato, perturbação do trabalho, lesão corporal, furto, injúria, desacato, calúnia e difamação. Os locais mais comuns desses incidentes foram hospitais, clínicas, consultórios e postos de saúde.

Em São Paulo, por exemplo, a média de idade dos médicos vítimas de violência foi de 42 anos, sendo que 45% dos registros foram contra médicas.

O presidente em exercício do CFM, Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, ressaltou a importância de ações efetivas para proteger os profissionais de saúde, considerados o maior patrimônio da saúde pública. Ele destacou a necessidade de entender as causas dessa violência e buscar soluções para preveni-la.

No entanto, o estudo apresentou algumas lacunas devido à subnotificação de casos e à falta de padronização de dados entre as federações. Alguns estados não enviaram as informações solicitadas, enquanto outros não possuíam registros completos.

O CFM defende a necessidade de medidas preventivas por parte dos gestores do SUS e da área de segurança pública, além da aprovação de leis mais rigorosas para punir os agressores. A entidade também destaca a importância de campanhas de conscientização e respeito aos profissionais de saúde.

Apesar dos desafios no levantamento desses dados, é fundamental que o combate à violência contra médicos seja uma prioridade no país, visando garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para esses profissionais que tanto contribuem para a sociedade.

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