“Auto de Vitória”: Filme perdido de Geraldo Sarno ressurge após quase 60 anos em sessão única na Mostra de Cinema.

Resgate cinematográfico: “Auto de Vitória” de Geraldo Sarno

A vida é urgente, escapa entre os dedos. No entanto, Geraldo Sarno sempre seguiu seu próprio ritmo, sem pressa. A exibição pública do filme “Auto de Vitória”, do cineasta baiano, em 1966, após quase 60 anos, é um testemunho da sua filmografia inesquecível.

O evento único na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorreu nesta quarta-feira, surpreendeu o público com uma nova cópia digital restaurada pela equipe da Cinemateca Brasileira. O filme, que estava há muito tempo perdido e cujo paradeiro era um mistério até para o próprio diretor, finalmente veio à tona, mesmo após a sua morte em 2022.

O resgate da obra aconteceu durante a pesquisa para “Geraldo Sarno, o Cineasta que Virou Sertão”, biografia que será lançada no próximo ano. A lata de 35 mm com o filme foi encontrada em um galpão da Cinemateca reservado para filmes com condições de conservação duvidosas, e sua preservação foi uma descoberta valiosa.

“Auto de Vitória” é um filme dividido em duas partes, uma ficcional e outra documental, que retratam uma narrativa impactante sobre a cultura e a religiosidade no Brasil. As imagens capturadas com maestria por Affonso Beato e a trilha sonora de Rogério Duprat transportam o espectador para uma experiência cinematográfica única.

Em suma, o resgate e a exibição de “Auto de Vitória” de Geraldo Sarno são marcos importantes na preservação da cultura cinematográfica brasileira e refletem a importância do trabalho desse renomado cineasta baiano. A obra resgatada nos convida a refletir sobre questões profundas da sociedade, da política e da religião, permanecendo relevante mesmo após décadas de seu lançamento. Uma verdadeira joia do cinema nacional que agora pode ser apreciada e estudada por novas gerações.

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