Arrecadação federal atinge recorde em setembro, impulsionada pela recomposição da base fiscal e fim de benefícios às grandes empresas, diz ministro.

A arrecadação federal atingiu um recorde de R$ 203,17 bilhões em setembro, conforme anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (22). Segundo Haddad, esse resultado é fruto da recomposição da base fiscal, após o fim de medidas de ajuda às camadas mais ricas da população.

Durante sua viagem a Washington, o ministro refutou as alegações contidas em um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que afirmava que o crescimento econômico do país estava sendo impulsionado por estímulos fiscais. Haddad ressaltou a importância de recompor a base fiscal, afirmando que as despesas herdadas sem fonte de financiamento precisam ser pagas.

No final do ano passado, o Congresso aprovou medidas que contribuíram para o aumento da arrecadação, como a taxação de offshores, a antecipação de Imposto de Renda de fundos exclusivos e o fim de benefícios como a subvenção a gastos de custeio de grandes empresas. Essas ações resultaram em um crescimento de 11,61% na arrecadação de setembro em relação ao mesmo período do ano anterior.

Além disso, no acumulado de janeiro a setembro, a Receita Federal registrou um recorde de arrecadação de R$ 1,93 trilhão, o que representou um acréscimo de 9,68% acima da inflação oficial. Haddad destacou a importância desses resultados para atingir a meta de déficit primário zero, ao mesmo tempo em que o governo busca controlar os gastos e manter a economia crescendo acima dos 2,5%.

Durante a sua visita a Washington, Haddad e outros ministros da equipe econômica participarão da reunião anual do FMI e do Banco Mundial. Ele comentou o novo relatório do FMI, que elevou a projeção de crescimento da economia brasileira para 3% em 2024, mas reduziu a estimativa para 2025. O ministro ressaltou que o crescimento do país está ocorrendo de forma sustentável e que o país tem condições de manter esse ritmo de crescimento.

A agenda de Haddad também incluiu um encontro na Casa Branca, a pedido do governo dos Estados Unidos, para discutir as relações bilaterais e as pautas do G20. Por causa desse encontro, a reunião com representantes da agência de classificação de risco Fitch foi cancelada. Em um momento marcante, após a reunião de Haddad e do presidente Lula com representantes da S&P Global e da Moody’s, a Moody’s elevou a nota da dívida do governo brasileiro.

Em resumo, a arrecadação recorde em setembro reflete os esforços do governo brasileiro para recompor a base fiscal e garantir um crescimento econômico sustentável, mesmo diante dos desafios globais.

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