“O fascismo não é exclusivo da direita”, diz mestranda da UFBA
A mestranda da UFBA (Universidade Federal da Bahia), autora do “Manifesto Traveco-Terrorista” e cantora Tertuliana Lustosa, 28, em entrevista exclusiva, fez declarações polêmicas que geraram grande repercussão nas redes sociais e na imprensa.
Em meio a críticas da direita e da esquerda, Tertuliana se defendeu, afirmando que “a esquerda também, às vezes, incorpora diversos elementos do fascismo”. A travesti, vocalista da banda A Travestis, foi alvo de conservadores após uma performance na UFMA (Universidade Federal do Maranhão), em que rebolava com as nádegas à mostra.
Apesar das críticas, Tertuliana se recusa a aceitar a culpa por alimentar a narrativa de que progressistas querem erotizar a educação. Para ela, sua existência por si só já é suficiente para o ultraconservadorismo espalhar o pânico moral.
O ato que a tornou alvo de polêmica ocorreu durante o seminário “Dissidências de Gênero e Sexualidades”, na quinta-feira, onde viralizou um vídeo em que a artista faz uma performance com expressões de cunho erótico. A UFMA emitiu uma nota afirmando que está averiguando o ocorrido e tomará as providências cabíveis.
Nikolas Ferreira, deputado do PL-MG, prometeu acionar a Procuradoria-Geral da República para investigar o caso e discuti-lo na Comissão de Educação da Câmara. Enquanto isso, Tertuliana continua defendendo sua pegagogia libertadora presente no “Manifesto Traveco-Terrorista”, que busca iniciar debates sobre gênero, sexualidade e arte.
Apesar das críticas e dos ataques que recebeu, Tertuliana se diz feliz por ver seu trabalho alcançando tantas pessoas e comemora o aumento de seguidores em suas redes sociais, que já ultrapassam 40 mil no Instagram.
Além de sua carreira acadêmica e artística, a cantora também revelou que encontrou uma outra fonte de renda na venda de conteúdo adulto em uma plataforma online. No entanto, ela confessa ter enfrentado dificuldades para dormir nos últimos dias, devido à ansiedade gerada pela repercussão de seus atos.