Peças controversas dividem opiniões nas passarelas da São Paulo Fashion Week: transparência, saias para homens e personagens infantis em destaque.

São Paulo Fashion Week: Tendências e Controvérsias

A última edição da São Paulo Fashion Week apresentou tendências que prometem dividir opiniões entre o público. Uma das tendências mais polêmicas foi a transparência, com modelos desfilando sem sutiã por baixo de vestidos, camisas e saídas de banho. Além disso, chamou a atenção a presença de saias masculinas, em diferentes comprimentos e estilos, que podem causar estranhamento em um primeiro momento.

Das 41 marcas que participaram do evento, sete delas ousaram mostrar peças onde os seios das modelos ficaram à mostra. Um exemplo disso foi a coleção de Weider Silveiro, inspirada em festas tradicionais do Nordeste, com volumes arredondados e recortes que remetiam a elementos culturais como o reizado e o maracatu.

Outra marca que apostou na transparência foi a cearense Catarina Mina, trazendo de volta o trabalho manual com crochê, macramê e bordados. A designer Celina Hissa, responsável pela marca, defendeu a liberdade de criação e expressão na moda, mesmo que isso desafie as normas tradicionais.

O uso de saias para homens foi introduzido por marcas como João Pimenta, Dendezeiro, Lino Villaventura e Martins. As minissaias masculinas de João Pimenta trouxeram um ar subversivo, enquanto a Dendezeiro resgatou a história do sertão brasileiro com peças feitas artesanalmente, como saias trançadas de palha e blusas de miçanga de madeira.

Além das questões de gênero, a SPFW também viu a presença de personagens infantis estampados em roupas de estilistas como Walério Araújo e The Paradise. A junção do universo infantil com a moda gerou debates, mas os designers Thomaz Azulay e Patrick Doering defenderam a proposta, afirmando que a fantasia não é exclusiva das crianças.

Entre os destaques do evento, encontramos marcas como Salinas, com materiais artesanais e sofisticados, e Artemisi, com superproduções inspiradas na arte cinética. O desfile de encerramento, de Fernanda Yamamoto, foi um dos mais bonitos, com modelos de diferentes idades e corpos desfilando ao ar livre, em um ambiente envolvente e cultural.

Apesar dos atrasos e do calor nas salas de desfile, a SPFW conseguiu trazer de volta o charme e a criatividade dos eventos de moda ao ar livre, no Parque Ibirapuera. As tendências apresentadas prometem gerar discussões e reflexões sobre o papel da moda na sociedade atual.

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