Morte de líder do Hamas intensifica ofensiva de Israel contra inimigos e influência do Irã na região, diz especialista.

Análise da Situação no Oriente Médio

A morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, na semana passada, poderia ser usada por Israel para justificar um cessar-fogo para as alas mais conservadoras dentro do país. Mas é mais provável que a eliminação do líder da facção empodere o governo de Binyamin Netanyahu para ampliar a ofensiva contra seus inimigos e tentar extirpar a influência do Irã na região.

Isso é o que Karim Bitar, professor de relações internacionais na Universidade Saint-Joseph, em Beirute, no Líbano, acredita. Segundo ele, a morte de Sinwar pode ser um ponto de virada, onde Israel pode decidir capitalizar suas vitórias ou intensificar seus esforços para enfraquecer seus adversários e conter a influência iraniana na região.

As forças israelenses anunciaram em 30 de setembro uma invasão terrestre no sul do Líbano, em uma tentativa de expulsar os combatentes do Hezbollah da área. Desde então, os bombardeios em territórios no sul do Líbano intensificaram-se, resultando em baixas civis, incluindo dois adolescentes nascidos no Brasil.

Bitar ressalta que a política interna de Israel, especialmente o relacionamento entre Netanyahu e seus ministros de extrema direita, será determinante para as decisões futuras. A situação no Líbano está delicada, com muitos libaneses sentindo-se como peças em um jogo de potências regionais.

O Hezbollah, embora enfraquecido, ainda mantém sua influência política e social no Líbano. A estratégia de Netanyahu em inflamar disputas internas no país vizinho preocupa analistas, que temem um retorno aos conflitos sectários do passado.

Em relação à estratégia de Netanyahu e sua postura contra um cessar-fogo, Bitar destaca que o líder israelense parece buscar a continuidade do conflito como uma forma de manter o poder e remodelar o Oriente Médio. No entanto, as consequências desse tipo de política podem ser desastrosas, como visto em eventos passados na região.

Em resumo, a situação no Oriente Médio é delicada, com os rumos das ações israelenses podendo impactar profundamente a região e seus habitantes. A comunidade internacional segue atenta aos desdobramentos, buscando formas de contribuir para uma solução pacífica e duradoura.

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