Corte inglesa aceita julgar ação contra BHP por rompimento de barragem no Brasil: vítimas recebem reparação insuficiente.

Em 2018, teve início uma ação judicial no Reino Unido envolvendo a BHP. Apesar de ter sido inicialmente rejeitada, a corte inglesa decidiu em julho de 2022 aceitar julgar o caso. De acordo com Goodhead, advogado das vítimas, a empresa enviou uma carta informando que cerca de 200 mil pessoas envolvidas no processo receberam alguma forma de reparação, porém a maioria delas teria recebido apenas algumas centenas de libras.

A BHP, em comunicado, reconheceu a tragédia resultante do rompimento da barragem de Fundão, afirmando que está trabalhando em conjunto com autoridades brasileiras para buscar soluções e compensações adequadas. A empresa mencionou que a ação no Reino Unido estaria interferindo nos esforços já em andamento no Brasil e que permanecerá negando as reivindicações feitas no julgamento.

Por sua vez, a Fundação Renova divulgou que já destinou vultosos R$ 38 bilhões em auxílio financeiro emergencial, indenizações, reparação do meio ambiente e infraestruturas. Dentre os valores mencionados, R$ 14,86 bilhões foram pagos em indenizações e R$ 2,96 bilhões em Auxílios Financeiros Emergenciais, somando um total de R$ 17,82 bilhões em 446,5 mil acordos. A Fundação também informou que a maioria dos imóveis em Novo Bento Rodrigues e Paracatu já foram construídos e 211 foram entregues às famílias afetadas.

Atualmente, o governo brasileiro está em processo de negociação de um novo acordo de indenização, que poderá chegar a R$ 100 bilhões, incluindo R$ 30 bilhões a serem assumidos pelas mineradoras em obrigações específicas. No entanto, para o escritório que representa as vítimas, um novo acordo não afetará o julgamento no Reino Unido, pois há um ceticismo em relação ao reconhecimento total dos impactados, como pontua Goodhead.

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