Aumento de mulheres eleitas nas eleições municipais de 2024 gera debate sobre reserva de cadeiras no Legislativo.

21/10/2024 – 15:57

Paulo Pinto/Agência Brasil

Das candidatas a prefeita no segundo turno, quatro são deputadas federais

O cenário eleitoral de 2024 trouxe avanços significativos para a representatividade feminina, conforme dados divulgados pela Consultoria-Geral da Câmara dos Deputados. Comparado às eleições de 2020, as mulheres conquistaram dois pontos percentuais a mais, representando 17,92% dos eleitos este ano, em um total de 58,3 mil vagas ocupadas por elas. No primeiro turno, 724 prefeitas foram eleitas, representando 13% do total de prefeitos em todo o país. Esses números refletem um aumento na participação feminina no cenário político municipal.

A análise dos dados é facilitada pelos painéis dinâmicos sobre as eleições municipais desenvolvidos pela Consultoria-Geral, que permitem comparar os resultados de 2020 e 2024, destacando o progresso e evidenciando os desafios ainda presentes. O segundo turno eleitoral conta com 15 candidatas à prefeitura, sendo que quatro delas são deputadas federais, demonstrando a presença de lideranças femininas consolidadas no cenário político nacional.

A consultora legislativa Manuella Nonô ressalta que, apesar dos avanços, a evolução da participação feminina é lenta. A discussão sobre a reserva de cadeiras no Legislativo para mulheres surge como uma possibilidade para acelerar esse processo, criando bases locais mais sólidas e estimulando a formação de lideranças femininas mais representativas.

No entanto, desafios ligados ao descumprimento das cotas de participação feminina ainda persistem. Um estudo do Observatório Nacional da Mulher na Política apontou que mais de 700 municípios falharam em cumprir a cota mínima de 30% de candidaturas femininas nas eleições municipais de 2024, destacando a importância de ações que promovam a equidade de gênero no ambiente político.

Felipe Sóstenes / Câmara dos Deputados

Na primeira reunião de mulheres parlamentares do P-20, foram aprovadas recomendações importantes para ampliar a participação feminina no poder, buscando alcançar a paridade de gênero em cargos eleitos e administrativos.

A necessidade de avanços nesse sentido é reforçada pelo baixo posicionamento do Brasil no ranking mundial de participação feminina no Parlamento, ocupando a posição 134 entre 183 países. Comparado ao México, por exemplo, que se destaca pela equidade de gênero em cargos de poder, o Brasil ainda possui desafios significativos a superar.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Geórgia Moraes

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