Ala de cirurgia em clínica de Belém é interditada após 24 pacientes terem sequelas graves em procedimentos oftalmológicos no local.

Ala de cirurgia é interditada em Belém após pacientes terem sequelas graves

Na última sexta-feira (18), a ala de cirurgia de uma clínica particular em Belém (PA), que mantém convênio com o SUS (Sistema Único de Saúde), foi interditada temporariamente pela Vigilância Sanitária municipal. A interdição ocorreu após 24 pacientes apresentarem sequelas graves após passarem por procedimentos oftalmológicos no local.

De acordo com informações preliminares da Secretaria Municipal de Saúde, dos 24 pacientes, dez tiveram perda de visão após as cirurgias.

Apesar das tentativas de contato, a equipe de reportagem não conseguiu falar com a clínica São Lucas, localizada em Icoaraci, nem com o dono da unidade. Até o momento não houve retorno por parte da defesa do estabelecimento.

O advogado da clínica, em nota ao portal G1, afirmou que estão colaborando com especialistas e autoridades em saúde para investigar cada caso individualmente. Além disso, afirmou que a clínica segue rigidamente os protocolos de prevenção e controle de infecção hospitalar.

Os laudos indicaram que três pacientes contraíram uma infecção bacteriana causada pelo agente Serratia marcescens.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que as investigações epidemiológicas estão em fase inicial e que ainda não é possível determinar quantos pacientes precisaram passar por uma remoção do globo ocular.

Os eventos adversos ocorreram durante procedimentos realizados em 12 de junho e 1º de julho, afetando parte dos pacientes submetidos a cirurgias de catarata, procedimentos realizados rotineiramente na clínica.

A Polícia Civil do Pará está investigando o caso sob sigilo e aguarda os resultados das perícias para esclarecer possíveis casos de perda de visão. Testemunhas ainda estão sendo ouvidas, e o caso está sendo acompanhado pela Delegacia do Consumidor.

A Vigilância Sanitária determinou a interdição temporária do bloco cirúrgico e do Centro de Material e Esterilização da clínica devido a três infrações sanitárias: não cumprimento dos protocolos de segurança do paciente, falta de comprovação do reprocessamento dos instrumentais e estrutura física incompatível com o número de cirurgias realizadas.

Os locais permanecerão interditados até que as exigências da autoridade sanitária sejam atendidas.

Sair da versão mobile