Violência política atinge recorde na campanha eleitoral de 2024, com 338 casos registrados no Brasil, aponta levantamento da Unirio.

Violência política marca campanha eleitoral de 2024 no Brasil

A campanha eleitoral de 2024 registrou um número recorde de casos de violência política no Brasil, com pelo menos 338 ocorrências entre julho e setembro deste ano, conforme levantamento realizado pelo Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio).

A maioria dos casos envolveu violência física, como o ataque a tiros sofrido pelo prefeito de Taboão da Serra (SP), José Aprígio da Silva, que resultou em sua hospitalização no hospital Albert Einstein com estado de saúde estável.

Do total de ocorrências registradas pelo grupo da Unirio, 88 foram atentados, com 55 vítimas sobreviventes e 33 vítimas fatais. O levantamento abrange episódios de violência contra políticos com e sem mandato, como vereadores, prefeitos, secretários, governadores, candidatos e ex-ocupantes de cargos públicos.

Os dados mostram que lideranças sem cargos representam a maioria dos alvos (166) na campanha de 2024, e os grupos mais afetados são homens (71%), pessoas entre 40 e 59 anos (52%) e com ensino superior (61%).

São Paulo, estado mais populoso do país, liderou no total de casos de violência, com 58 registros entre julho e setembro, envolvendo 25 partidos políticos de diversos espectros ideológicos.

O professor Felipe Borba, coordenador do Giel, apontou que a violência política tende a aumentar durante períodos eleitorais, principalmente em cargos locais devido à disputa mais personalizada e menos ideológica. Ele ressaltou a atenção crescente ao tema nos últimos anos, influenciada por eventos como o assassinato de Marielle Franco e os ataques a políticos como Lula e Bolsonaro.

Além do atentado em Taboão, duas vereadoras também relataram ter sido alvo de tiros em seus veículos recentemente, destacando a grave situação de violência política no país.

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