Privatização da Eletropaulo em 1998 não previu a obrigação de enterrar fiação, gerando impasse em São Paulo

A Eletropaulo e a polêmica da fiação aérea em São Paulo

A privatização da Eletropaulo em 1998 foi um marco na história da distribuição de energia elétrica em São Paulo. No entanto, ao contrário de outras cidades que optaram por enterrar a fiação, como Paris no século 19, a concessionária que adquiriu a estatal não tinha a obrigação contratual de realizar essa mudança estrutural.

A AES-Eletropaulo, posteriormente sucedida pela Enel, recusou-se a arcar com os altos custos do enterramento dos cabos, além de perder a receita proveniente do aluguel dos postes. O valor para enterrar a fiação varia entre R$ 3 milhões e R$ 10 milhões por quilômetro, dependendo das condições do subsolo e da topografia da região.

O ex-prefeito Fernando Haddad propôs uma contribuição paga pelos proprietários de imóveis beneficiados com a retirada dos fios, visando melhorar a estética das ruas e a segurança do abastecimento de energia. No entanto, a Justiça vetou a iniciativa.

Outra tentativa foi a proposta de tarifas diferenciadas para os clientes com acesso à rede subterrânea, devido à maior segurança oferecida por essa infraestrutura. No entanto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) proibiu a diferenciação de tarifas entre consumidores da mesma região, inviabilizando a ideia do então prefeito.

Assim, a fiação aérea ainda persiste em muitas partes de São Paulo, apesar dos esforços para modernizar o sistema de distribuição de energia na cidade. O debate sobre a necessidade de enterrar os cabos continua sendo uma questão em aberto na metrópole paulistana.

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