Integrantes do MAB criticam valores baixos de indenizações no acordo de repactuação da tragédia de Mariana; empresas são responsáveis pelos custos.

Acordo de repactuação das compensações de Mariana gera críticas do MAB

A polêmica envolvendo o acordo de repactuação das compensações ligadas à tragédia de Mariana, em 2015, continua rendendo críticas por parte dos integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). O principal ponto contestado pelos membros do movimento é o valor das indenizações individuais destinadas aos atingidos, consideradas baixas.

Segundo o MAB, as compensações que serão custeadas pelas empresas responsáveis pelos danos na região da bacia do Rio Doce (Vale, BHP e Samarco) não atendem às necessidades dos afetados pela tragédia. As expectativas apontam para a assinatura do acordo ainda neste mês de outubro, de acordo com membros do governo federal.

O documento, divulgado pela Vale em seu site, destacou que o total do acordo seria de quase R$ 170 bilhões, distribuídos em diversas parcelas. Isso inclui investimentos em remediação e compensação, pagamentos ao governo federal e aos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e obrigações de execução da Samarco para iniciativas de indenização individual, reassentamento e recuperação ambiental.

O integrante da coordenação nacional do MAB, Thiago Alves, expressou preocupação com o valor das indenizações individuais, que podem chegar a no máximo R$ 30 mil. Ele avalia que o acordo beneficia as empresas envolvidas, em detrimento dos impactados pela tragédia.

Além disso, o prazo de 20 anos para o pagamento dos R$ 100 bilhões aos poderes públicos também foi alvo de críticas por parte do MAB. O movimento destaca a falta de transparência nas negociações e ressalta a necessidade de discutir mais detalhes antes de uma decisão final.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, manifestou esperanças de assinar o acordo neste mês. Ele ressaltou que o montante acordado representa um avanço significativo e será aplicado para minimizar os impactos da tragédia. A Vale, por sua vez, informou que as negociações ainda estão em curso e que o acordo definitivo está sujeito à aprovação das partes envolvidas.

É evidente que a questão envolvendo o acordo de repactuação das compensações de Mariana continua gerando controvérsias e debates intensos entre as partes interessadas. Resta aguardar os desdobramentos das negociações e os posicionamentos finais para entender o desfecho dessa importante questão que marcou tristemente a região da bacia do Rio Doce em 2015.

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